BC mantém a taxa básica de juros em 14,25% ao ano

Selic permanece no mesmo patamar pela nona vez consecutiva

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou ontem a manutenção da taxa básica de juros Selic em 14,25% ao ano, conforme esperado pelo mercado. É a nona vez consecutiva em que o Copom decide que a taxa deve permanecer inalterada.
O governo de Michel Temer já trabalha com a possibilidade de a taxa de juros começar a cair só no próximo ano, diante do ritmo ainda lento de queda da inflação e da demora na aprovação das medidas fiscais propostas pelo governo.
Em maio, Temer acreditava que a Selic, referência de juros para o mercado financeiro, começaria a ser reduzida pelo Copom na reunião marcada para outubro. Assessores presidenciais avaliam agora que as melhoras no cenário econômico ainda não são suficientes para o BC cortar a taxa de juros.
Na ata da última reunião do Copom, realizada em julho - a primeira sob o comando de Ilan Goldfajn -, o Banco Central também indicou que tem dúvidas sobre o ritmo de queda da inflação e de aprovação de medidas na área fiscal, o que pode adiar o corte dos juros.
"Todos os membros do comitê enfatizaram que a continuidade dos esforços para aprovação e implementação dos ajustes na economia, notadamente no que diz respeito a reformas fiscais, é fundamental para facilitar e reduzir o custo do processo de desinflação", afirmou o Copom.
O BC disse ainda, na ocasião, que vê sinais de que a recessão pode estar próxima do fim, mas afirma que a inflação tem recuado a uma velocidade "aquém da almejada". Alguns diretores esperavam uma queda maior dos índices de pressões diante da desaceleração econômica. Outros afirmam que houve avanços.

Fundos ganham da caderneta de poupança

As aplicações em renda fixa, como fundos de investimento, ganham da poupança na maioria das situações com a Selic em 14,25% ao ano. A Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) afirma, porém, que mesmo com e Selic estável, as cadernetas de poupança vão continuar interessantes frente aos fundos de renda fixa cujas taxas de administração sejam superiores a 2,50% ao ano.
Isso porque a poupança, que rende TR (taxa referencial) mais 6,17% ao ano, não sofre qualquer tributação. Já os fundos de renda fixa têm incidência de Imposto de Renda sobre seus rendimentos, sendo que a alíquota é maior quanto menor for o prazo de resgate. Mesmo com remuneração de 80% do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, taxa de juros nos empréstimos entre bancos), o CDB leva vantagem. Enquanto o rendimento da poupança fica em 8,47% ao ano, o CDB aplicado pelo mesmo período renderia 8,64%.