Promotoria abandona acusação contra policiais

Morte de jovem negro gerou uma série de protestos em Baltimore

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A promotoria abandonou as últimas acusações contra três policiais de Baltimore, nos Estados Unidos, que aguardavam julgamento pela morte de Freddie Gray, o que encerra o caso sem nenhuma condenação. Gray era negro e morreu em 19 de abril de 2015, aos 25 anos, sete dias depois de sofrer uma grave lesão na coluna quando estava sob custódia da polícia. A morte alimentou o movimento Black Lives Matter (vidas negras importam) e gerou uma onda de grandes protestos e tensão em Baltimore.
Segundo a promotoria, o jovem teria sido submetido ao "passeio do cowboy", no qual os detidos são transferidos sem cinto de segurança na cela metálica em meio a freadas fortes e viradas bruscas, para que se machuquem. A viagem durou 40 minutos.
A decisão da promotoria veio após a absolvição, por um juiz, de três dos seis policiais (três brancos e três negros) acusados no caso, incluindo aquele que é considerado o maior responsável pela morte, o motorista da van que transportou Gray. Ontem, em vez de uma audiência prévia ao julgamento do policial Garret Miller, a promotoria informou ao juiz que abandonaria as acusações contra ele e os outros policiais.
Após a morte de Gray, o Departamento de Justiça iniciou uma investigação sobre práticas e padrões indevidos que estariam sendo usados pela polícia de Baltimore. O resultado da análise ainda não foi divulgado. Os promotores alegavam que Gray foi ilegalmente detido após fugir de uma fiscalização da polícia, e que as autoridades falharam ao não prendê-lo ao cinto de segurança do veículo ou chamar equipes médicas quando ele pediu para ir ao hospital.
 

Candidata do Partido Verde quer atrair eleitores de Sanders

Uma ideia vem ganhando força nas ruas da Filadélfia: Jill Stein é o novo Bernie Sanders. Com 12 milhões de votos, o senador de Vermont chegou longe com sua promessa de "revolução política", mas não o bastante para superar Hillary Clinton nas prévias democratas.
Aí entra Jill, de 66 anos. Presidenciável do Partido Verde, ela virou um plano B para sanderistas que não cogitam votar em Hillary e muito menos em seu oponente republicano, Donald Trump.
O nome da "doutora Jill", médica formada em Harvard, que cozinha suas próprias refeições orgânicas e cantava na banda de folk rock Somebody's Sister, multiplica-se em cartazes da cidade - que sedia não só a convenção democrata, mas também uma série de protestos contra Hillary. Ela aproveitou a maré favorável e se infiltrou na reunião da legenda adversária, na qual conversou com delegados pró-Sanders.
Aos partidários do senador, pedia: "Vocês não precisam se jogar na frente do ônibus". Mesmo candidata de um partido rival, ela chegou a endossar Sanders, com quem acha que tem muito em comum. Mas diz que seria suicídio ideológico um apoio forçado à presidenciável democrata. "Hillary não pode parar Donald Trump. Foram as políticas dos Clinton que criaram a crise que hoje alimenta a extrema-direita", diz, atribuindo à administração de Bill Clinton "males" como a desregulamentação de Wall Street e a Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte).
De acordo com as pesquisas, contudo, é Jill quem não tem chances de frear o "trem Trump". Com uma ou outra exceção, há 160 anos, as eleições norte-americanas são polarizadas entre democratas e republicanos. Em 2016, não é diferente, ainda que o desempenho da terceira via esteja acima da média, com dois candidatos acima do traço (menos de 1%) nas pesquisas. São eles o libertário Gary Johnson e Jill, que foram incluídos em sondagem CBS/New York Times de julho e registraram, respectivamente, 9% e 3% das intenções (Trump tem 44%, e Hillary, 39%).