Conservadores devem escolher novo líder até 2 de setembro

Cameron não pretende iniciar as conversas para a saída da União Europeia neste momento

Por

Premiê afirma que cidadãos da UE não serão imediatamente afetados
O Comitê do Partido Conservador da Inglaterra afirmou ontem que o novo líder da legenda deve ser nomeado até 2 de setembro. O órgão, estabelecido em 1922, deve eleger duas lideranças até o fim desta semana para depois abrir o processo para uma maior quantidade de eleitores.
O ex-prefeito de Londres Boris Johnson, um dos principais apoiadores do voto pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE), e a secretária do Interior Theresa May, que apoiou o voto pela permanência, são considerados os principais nomes para substituírem o primeiro-ministro David Cameron, que anunciou sua renúncia ao cargo após a derrota no plebiscito realizado na semana passada.
Cameron, porém, não pretende iniciar as conversas para a saída da UE por enquanto. "O governo britânico não irá invocar o artigo 50 (que fornece base jurídica para a saída da UE) neste momento. Esta é nossa decisão soberana e será tomada pelo Reino Unido, e pelo Reino Unido somente", disse em discurso ao Parlamento.
Para ele, o resultado da votação, que deu a vitória para o Brexit, "não é o desfecho que penso ser melhor para o Reino Unido", mas o resultado precisa ser respeitado e implementado "da melhor forma possível". Cameron também afirmou que não haverá mudanças imediatas para cidadãos da UE que hoje vivem no Reino Unido.
O premiê sugeriu ainda que sejam feitas negociações para permanecer no mercado único europeu e anunciou a criação de uma nova unidade com servidores públicos que ajudará a preparar as negociações para a saída do Reino Unido do bloco econômico.
Também ontem, a chanceler alemã Angela Merkel afirmou, em entrevista coletiva, que não pretende pressionar o Reino Unido a acelerar ou desacelerar sua saída da UE, mas deixou claro que discussões informais sobre o Brexit não devem começar até que Londres peça a saída do bloco. "Eu não tenho nem um freio nem um acelerador. Em vez disso, tenho o trabalho de refletir, quando essa mensagem (sobre a saída do Reino Unido) chegar, sobre como implementá-la exatamente."
 

Kerry diz que EUA fará tudo o que estiver ao alcance para facilitar o Brexit

Os Estados Unidos vão fazer tudo o que estiver ao seu alcance para facilitar a transição na União Europeia após o Reino Unido optar por deixar o bloco, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, enquanto ele pedia para que os líderes europeus reagissem com calma após a decisão.
Falando em Bruxelas juntamente com a chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, Kerry reconheceu que a decisão britânica trará desafios difíceis e "consequências". "É minha intenção fazer tudo o que estiver em nosso alcance para que este processo de transição ocorra o mais suave e sensível que ele pode ser", afirmou.
Em suas observações, Federica ressaltou que a parceria da UE com os EUA "permanece forte e crucial não só para o benefício do nosso povo, mas para a paz e segurança presente no mundo". Ela destacou ainda que Kerry vai se reunir com os ministros de Relações Exteriores da UE no dia 18 de julho, em Bruxelas.