Iraque retoma Norte de Hit, controlada pelo EI

Após morte de dirigente na semana passada, grupo executou 15 de seus membros por suposta espionagem

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Na semana passada, tropas do governo sírio reconquistaram a cidade histórica de Palmira
Forças iraquianas informaram ter tomado o Norte da cidade de Hit, dominada pelo Estado Islâmico (EI). O avanço para a retomada da cidade, que fica 140 quilômetros a Oeste de Bagdá, tem sido retardado pelas centenas de bombas colocadas pelo grupo extremista nos campos ao redor da localidade e ao longo das principais estradas que chegam a Hit.
Essas bombas levaram a uma paralisação dos comboios das forças de elite de contraterrorismo do Iraque, enquanto se movimentam para cercar a área. A coalizão liderada pelos EUA afirmou que as forças iraquianas estão trabalhando para chegar à cidade.
Hit está localizada ao longo de uma linha de fornecimento que liga combatentes do grupo extremista no Iraque à Síria. Autoridades iraquianas e da coalizão dizem que retomar a cidade será um passo fundamental antes de um eventual movimento em direção a Mosul, também mantida pelo EI.
Diante da perda considerável de pessoal e de território, o EI matou 15 de seus próprios membros após a morte de Abu Hija al-Tunisi, um importante dirigente do grupo, ocorrida na quarta-feira, em um bombardeio aéreo no Norte da síria, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que tem sede na Grã-Bretanha e monitora o conflito, que já dura cinco anos. As mortes aconteceram após a prisão de 35 membros do grupo em Raqqa, no sábado.
A ONG explicou, em comunicado, que essas 15 pessoas são uma parte desses 35 "agentes" do EI que foram detidos após o bombardeio, supostamente lançado pela coalizão internacional liderada pelos EUA, que tirou a vida de al-Tunisi. As mortes teriam ocorrido depois de o EI os acusar de "espionagem a favor de partes estrangeiras".
Nas últimas semanas, vários dirigentes do EI morreram em bombardeios. Em 25 de março, Washington anunciou que acreditava ter matado o número dois e "ministro das Finanças" Abd al Rahman Mustafa al Qaduli, também na Síria. Pelo menos 4.108 membros do EI perderam a vida nos últimos 18 meses por bombardeios da coalizão internacional.
Em entrevista exclusiva à Folha de S. Paulo, um combatente do EI detido na Síria afirma que o grupo está em crise. "Os bombardeios da coalizão liderada pelos EUA enfraqueceram muito o EI. Não podemos mais nos movimentar, e nossos campos de petróleo e refinarias foram atingidos. Enquanto a coalizão continuar atacando o nosso califado na Síria e no Iraque, vamos promover atentados na Europa", disse o sírio nascido em Homs Ahmad Derwish, de 29 anos.
A facção terrorista perdeu 25% de seu território e quase 30% de seus 35 mil militantes desde 2015. Na semana passada, as tropas do presidente sírio Bashar al-Assad reconquistaram a cidade histórica de Palmira, e os EUA mataram no Iraque um dos principais líderes da facção terrorista.

Aeroporto de Bruxelas reabre duas semanas após ataques que deixaram 16 mortos no local

O aeroporto de Bruxelas reabriu ontem para alguns voos de passageiros, quase duas semanas após o local ter sido alvo de ações terroristas do Estado Islâmico. O local ficou fechado para os voos regulares desde que dois suicidas atacaram o hall em 22 de março, deixando pelo menos 16 mortos e vários feridos. Outras pessoas morreram no mesmo dia em uma ação a estação de metrô.
Ontem, o aeroporto reabriu com estruturas temporárias para partidas. Os primeiros três voos, operados pela Brussels Airlines, seguiram para Faro, Turim e Atenas. Três voos das mesmas cidades retornaram para o aeroporto mais tarde.
O número de voos aumentará gradualmente até a capacidade máxima possível pelas estruturas temporárias. A expectativa é de que a situação se normalize ainda para os feriados do verão local, no fim de junho ou no início de julho.
Serão reforçadas as medidas de segurança nas entradas do aeroporto e também na área de check-in. Passageiros e veículos serão verificados antes de entrar no prédio, e aqueles que não viajam terão sua circulação restringida. A polícia e soldados patrulharão a área.
Nos primeiros dias, só será possível chegar ao aeroporto com carro ou táxi. Os passageiros foram aconselhados a chegar com três horas de antecedência para os voos.