Estados Unidos aliviam restrições a viagens à ilha

Norte-americanos não dependerão mais de agências de turismo

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Objetivo é eliminar obstáculos à aproximação entre os dois países
O governo dos Estados Unidos anunciou ontem que afrouxou as regras para viagens de norte-americanos a Cuba e para o uso de dólares pelo governo da ilha. As medidas visam eliminar obstáculos à aproximação entre os dois países cinco dias antes da visita histórica do presidente Barack Obama a Havana.
Os norte-americanos podem, a partir de agora, fazer viagens a Cuba por conta própria sem precisar fazer parte de uma excursão organizada por agências de turismo geralmente mais caras. Ainda é necessário que o viajante preencha um formulário afirmando que sua viagem tem fins educacionais, e não turísticos.
A medida deve ajudar a preencher os voos comerciais que as companhias aéreas norte-americanas pretendem lançar nos próximos meses. As novas regras também farão com que os bancos processem transações do governo cubano que até agora não passavam pelo sistema bancário dos EUA. A proibição de tais operações limita a capacidade de Cuba para exportar e importar mercadorias e seu fim é uma das maiores reclamações da ilha sobre o embargo comercial.
A ação comunicada ontem integra a quinta rodada de medidas executivas do governo Obama destinadas a contornar o embargo a Cuba enquanto o Congresso não permite o seu fim. Mais de um ano após Obama e o presidente Raúl Castro anunciarem o restabelecimento das relações diplomáticas em dezembro de 2014 , as empresas dos Estados Unidos podem agora produzir bens em Cuba, exportar para o governo e fazer voos regulares à ilha.
Em vez de responder rapidamente às medidas dos EUA com aberturas correspondentes na economia cubana, o governo Castro tem dado passos lentos, levantando questões sobre quão significativo será o comércio entre os dois países até o fim do mandato de Obama, cuja administração já legalizou exportações de bens que vão de material de construção a peças para tratores, embora esse comércio ainda não tenha começado na prática.
 

Macri planeja viagem oficial a Havana no mês que vem

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, de centro-direita, deverá fazer uma visita oficial a Cuba nos primeiros dias de abril, na volta de sua viagem a Washington. Nos EUA, Macri participará da cúpula sobre segurança nuclear.
A ida do mandatário a Cuba seria um dos gestos do governo para colocar em prática sua proposta de "desideologizar" as relações exteriores da Argentina. A viagem foi discutida na semana passada, quando a chanceler Susana Malcorra esteve em Havana para reuniões bilaterais.
Em Cuba, Macri deverá fechar novos acordos comerciais e acompanhar as discussões sobre o acordo de paz que o governo da Colômbia pretende assinar, em Havana, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Também poderá estar na pauta das conversas uma dívida que Cuba tem com a Argentina desde 1973.
A viagem do dirigente demonstraria sua intenção de se aproximar de Havana. Antes de ser eleito, em novembro do ano passado, ele afirmara que estaria contra o governo cubano caso este não avançasse em seus acordos com os Estados Unidos. Macri já se indispôs com a esquerda latino-americana ao defender que a Venezuela fosse suspensa do Mercosul por manter presos políticos.