Rubio e Cruz prometem reverter acordos de Obama com Cuba

Apesar da aprovação da maioria da população, abertura à ilha é rebatida por presidenciáveis

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Trump (c) posicionou-se no 'meio do caminho', mas promete deportar quase 12 milhões de imigrantes
A relação entre Estados Unidos e Cuba caminha para um clímax, mas dois "filhos da ilha" prometem, se eleitos, esfriar os ímpetos. Em uma semana, Barack Obama fará a primeira visita de um presidente norte-americano ao país em 88 anos. Esse será o ponto alto da reaproximação, iniciada em 2014, com o regime de Raúl Castro.
Os presidenciáveis republicanos Marco Rubio e Ted Cruz, ambos filhos de cubanos, pretendem reverter os esforços do presidente, os quais a maioria da população norte-americana aprova. "A única coisa que mudou com a abertura é que agora o governo cubano tem mais fontes de dinheiro para reforçar seu aparato repressivo e se manter no poder permanentemente", criticou Rubio, senador pelo estado da Flórida, em debate nesta semana, em Miami.
Senador pelo Texas, Cruz não apenas defende a anulação da reaproximação com Cuba, que, para ele, legitima violações de direitos humanos, mas promete ainda reverter as tentativas de Obama para flexibilizar a lei imigratória do país. "Vamos construir um muro, triplicar a patrulha na fronteira e cortar o financiamento das cidades que desafiarem as leis federais de imigração", destacou.
O empresário Donald Trump, que promete deportar os quase 12 milhões de imigrantes sem documentos e chamou mexicanos de "criminosos" e "estupradores", posicionou-se "em algum lugar no meio" do caminho na discussão. "Não concordo muito com o presidente Obama", disse. "Eu negociaria um acordo melhor, porque, como está, Cuba se beneficia."
Líder na disputa pela candidatura republicana no país e na Flórida, que realizará prévias amanhã, o empresário empolga cubanos no Estado. "Trump diz o que precisa ser dito. Ele entende as pessoas cansadas do papo furado dos políticos", afirma o estudante Ryan Fernandez, de 17 anos, neto de cubanos.
"Ele não usa filtros para agradar as multidões", concordou seu amigo Jeffrey Cabanzon, de 17 anos, que nasceu em Cuba e se mudou com um ano para Miami. "E, além do mais, imigrantes ilegais têm mais benefícios que os veteranos que serviram nosso país."

Rubio leva a melhor em convenção do Partido Republicano em Columbia

O pré-candidato republicano na corrida à presidência dos Estados Unidos e senador pelo estado da Flórida Marco Rubio venceu o caucus (assembleias populares) no distrito de Columbia, onde está a capital dos Estados Unidos, Washington, com 37,3% dos votos, seguido pelo governador de Ohio, John Kasich (35,5%), pelo bilionário Donald Trump (13,8%) e por Ted Cruz (12,4%). Esta foi sua terceira vitória na corrida pela nomeação de seu partido, uma vez que Rubio saiu vencedor também em Minnesota e em Porto Rico.
Em Columbia, estavam em jogo 19 delegados, que devem designar o candidato presidencial na Convenção Nacional do Partido Republicano em julho, dos quais dez foram ganhos por Rubio e os nove restantes, por Kasich. Apenas ambos irão recolher os delegados, já que Trump e Cruz não conseguiram o limite de 15% necessário para concorrer à nomeação.
O concurso foi apelidado oficialmente como uma convenção pelo Partido Republicano, mas mais se assemelha a uma primária. Os republicanos registrados votaram secretamente em um único hotel no Centro, no sábado. Os democratas irão votar nas primárias na cidade em junho.