Alemanha não deve fechar rota dos Balcãs

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Em mais um sinal de divisão entre países da União Europeia (UE) sobre como lidar com a crise de refugiados que assola o continente, Christiane Wirtz, porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, disse ser especulação o fechamento da rota migratória dos Balcãs. A informação consta de um rascunho do documento a ser apresentado ao fim da cúpula extraordinária do bloco sobre refugiados, em Bruxelas, na Bélgica.
A declaração da porta-voz causa incômodo, porque o presidente francês, François Hollande, fez questão de reiterar esse ponto. "A rota está fechada", disse Hollande. "Com isso, a Grécia terá de lidar com a maior parte dos refugiados, e para isso teremos de ajudar os gregos."
Merkel, porém, seguiu por outra linha. A chanceler da Alemanha afirmou que o objetivo do encontro não era diminuir o número de refugiados em apenas alguns países, mas sim em todos, inclusive na Grécia. "Não se trata de dizer que algo será fechado", avisou.
A rota dos Balcãs é o tema mais crítico para a Europa, especialmente na fronteira entre Grécia e Macedônia, onde pelo menos 10 mil refugiados estão retidos do lado grego em condição precária após o fechamento da passagem pelo governo macedônio. Outro ponto já divulgado no documento final é a previsão de um acordo de deportação de migrantes "sem necessidade de proteção internacional" da Grécia para a Turquia.

Grécia anuncia construção de nove abrigos

O governo da Grécia afirmou ontem que planeja construir abrigos em nove locais novos para lidar com o número crescente de imigrantes que estão presos no país, após a introdução de restrições na fronteira dos países mais ao Norte. Os abrigos irão fornecer um total de 17.500 vagas, e a maioria ficará perto da capital, Atenas, e na Grécia Central.
Dimitris Vitsas, ministro adjunto da Defesa, afirmou que 16 mil desses lugares estarão disponíveis até o fim de semana e poderiam ser utilizados como alojamento alternativo para as cerca de 14 mil pessoas que estão acampadas em Idomeni, na fronteira com a Macedônia. Vitsas disse também que o governo planeja retirar de Pireu, um município vizinho de Atenas onde se localiza o porto mais movimentado, cerca de 3 mil imigrantes até o final da semana. As Forças Armadas da Grécia construíram a maioria dos abrigos de refugiados do país em bases militares abandonadas.