Proposta é de ensino interdisciplinar e uma metodologia voltada para a participação ativa do aluno no processo

Curso pré-Enem propõe aulas com até três professores em sala


Proposta é de ensino interdisciplinar e uma metodologia voltada para a participação ativa do aluno no processo

Desconfortáveis quanto ao padrão dos cursinhos preparatórios tradicionais, oito professores de Porto Alegre se uniram com a iniciativa de criar um curso voltado para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A Rubik propõe o ensino interdisciplinar e uma metodologia voltada para a participação ativa do aluno no processo de aprendizado.
Desconfortáveis quanto ao padrão dos cursinhos preparatórios tradicionais, oito professores de Porto Alegre se uniram com a iniciativa de criar um curso voltado para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A Rubik propõe o ensino interdisciplinar e uma metodologia voltada para a participação ativa do aluno no processo de aprendizado.
"Nos cursinhos normalmente há turmas de 100 alunos, em que você, às vezes, nem sabe os nomes deles. É uma lógica de aprendizagem ultrapassada, de massa, em que o aluno não participa", pondera Thiago Scott, professor de História e um dos fundadores da Rubik. "O Enem pede para comparar pontos de vista diferentes sob aspectos da cultura. Como o aluno se prepara para isso? Conseguindo um maior contato com uma leitura mais complexa e diversificada", explica.
O projeto nasceu em 2015, a partir do envolvimento de alguns professores que, em grupos de estudos sobre o Enem, faziam atividades semelhantes. As aulas comportam, no máximo, 40 alunos e são dadas por até três professores simultaneamente, a fim de apresentar um panorama mais completo sobre determinado assunto.
"O conhecimento tem vários lados. O mesmo fenômeno tem o lado químico, físico e biológico, por exemplo", desdobra. Ligada a isso está a inspiração do nome, que vem do criador do cubo mágico, o húngaro Erno Rubik.
Para os fundadores, a prova do Enem cobra uma complexidade maior, porque entrelaça muitos temas e propõe análises de assuntos distintos entre si. O ensino preparatório, portanto, precisa estar alinhado a isso.
"A ideia é abrir um tema dentro das diversas áreas de conhecimento que ele contempla." Todos os professores têm experiências em cursinhos pré-vestibular e escolas de Ensino Médio.
Na prática, as atividades não ficam limitadas à resolução de questões. No programa, constam visitas a museus e cidades no interior do Estado, além de temas de casa como assistir documentários e analisar obras de arte. As aulas também terão intervenções gastronômicas e expressão corporal - temas explorados no Enem pelo eixo de Linguagens.
O projeto pedagógico é baseado na demanda de ensino que o Ministério da Educação (MEC) propõe e vem implantando desde os anos 1990 com o exame.
"A educação brasileira vem se transformando e é uma tentativa também de tentar se atualizar neste sentido. Ter o aluno como protagonista, exercitar a ideia de aprender com o aprender", analisa Scott.

Gostinho de aprender

O Enem propõe a relação entre o conhecimento formal escolar e gastronomia, com questões que cobram noções sobre cozimento, diferenças entre proteínas e carboidratos, culinária e identidade cultural, como pratos típicos do País. A Rubik firmou parceria com o chef de cozinha Fabrício Darós para trazer, relacionado a estes temas, aulas com intervenções gastronômicas - por exemplo, como o clima reflete no tipo de comida no Oriente Médio, a relação histórica do pão e o trigo com a Mesopotâmia, a expansão marítima e as especiarias do Oriente.