Carnaval I

A cidade fica mais insegura. A bandidagem também festeja. O Carnaval é democrático

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No domingo de carnaval, mais uma vez a capital esvaziou
Como acontece tradicionalmente no feriadão de Carnaval, Porto Alegre fica mais bonita. Sem o burburinho do dia a dia, dá para prestar atenção em cada detalhe das fachadas, em cada poste de iluminação. Este era o retrato da Rua da Praia nos últimos dias. Outras vantagens são as ruas vazias, as áreas de estacionamento livres e a ausência de filas em qualquer lugar que se vá. Mas é importante ressaltar que a cidade fica mais insegura. A bandidagem também festeja. O Carnaval é democrático.

Carnaval II

O Carnaval de salão virou peça de ficção. Clubes tradicionais abriram mão do confete e da serpentina há alguns anos. O romantismo das festas de salão só não acabou para as crianças. E, convenhamos, para alguns adultos. Com o calorão que fez na cidade, nada melhor do que levar os filhos para um ambiente climatizado e, de quebra, dar uma sambadinha.

Carnaval III

Cumprimentos a Guaianazes pelo segundo lugar na categoria tribo do Carnaval de Porto Alegre. Detalhe: só desfilaram duas. Parabéns também aos Comanches (foto), a primeira colocada e a mais vitoriosa de todos os tempos, com 33 títulos. Mas nem sempre as tribos foram tão escassas, em tempos idos, havia também Tapuias, Caetés, Xavantes, Bororós e Navajos.

CPMF

Aparentemente, ninguém quer de volta a CPMF, mas governadores e prefeitos já fazem as contas do quanto poderão ganhar se o governo federal se comprometer a dividir o bolo. Aí reside a força da presidente Dilma para que a proposta tenha alguma chance de passar.

Souza Cruz

O fechamento da fábrica da Souza Cruz, em Cachoeirinha, deixa algumas dúvidas no ar. Primeiro: a empresa está situada ao lado da região que mais produz fumo no Brasil, o que implica redução do custo logístico. Segundo: a Souza Cruz foi aquinhoada com polpudos incentivos do Fundopem. O Estado será compensado?

Aborto e zika

A recomendação da ONU para que países infestados pelo zika vírus flexionem o aborto de mulheres infectadas promete debates acalorados entre os meios científicos e religiosos. O tema deve colocar de prontidão o Vaticano e, claro, a bancada evangélica no Congresso.

Pezão e Sartori

O que o governador Pezão (PMDB-RJ) tem que o também peemedebista José Ivo Sartori não tem? O Rio foi contemplado com recursos para domar a crise na área da saúde e, na semana passada, levou mais R$ 1 bilhão de empréstimo intermediado pelo Banco do Brasil. Dilma não é meio gaúcha?

Dívida dos estados

Um novo impasse ameaça a renegociação das dívidas de estados e municípios com a União. Agora, o problema está nas fórmulas matemáticas utilizadas para aplicar os critérios de descontos e de incidência de juros. As projeções feitas por técnicos fazendários não batem com os cálculos da Secretaria do Tesouro Nacional. A pauta voltou para a mesa de renegociações em Brasília e parece depender, outra vez, da boa vontade do governo federal. Leia mais nas páginas 6 e 7

Miúdas

  • FERIADÃO de Carnaval dos bancos termina hoje. Se sobrou alguma grana na conta, dá para sacar ou pagar dívidas a partir do meio-dia.
  • PARECE redundância, mas o Aedes aegypti foi a "febre" das fantasias deste Carnaval.
  • INDÚSTRIA de repelentes festeja o avanço do zika. Só que alguns não protegem por mais de uma hora.
  • POR QUE tantos homens saem vestidos de mulher no Carnaval? O contrário não acontece.

Camisinhas

A farta distribuição de camisinhas e a veiculação de anúncios em rádio e TV com orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis, no período de Carnaval, é hipocrisia. Campanhas de saúde pública deveriam ser permanentes, não só nos veículos de comunicação, mas também nas escolas.