Frutas apresentam prejuízos devido ao clima no Rio Grande do Sul

Uvas e pêssegos sofreram perdas de produtividade e de qualidade

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No decorrer desta safra, o clima tem sido muito prejudicial à viticultura. De acordo com a Emater, não houve frio suficiente no inverno para a hibernação, e a quebra de dormência proporcionou uma brotação desuniforme. Isso porque no início de agosto houve um período de calor, antecipando a brotação, e em meados de setembro ocorreu geada, afetando parreirais situados em regiões mais baixas, comprometendo a produção, em alguns casos com perdas acima de 80%.
O excesso de chuvas por longos períodos também causou prejuízos aos parreirais, impedindo o produtor de realizar os tratamentos fitossanitários. A antracnose e principalmente o míldio têm sido presença constante nos vinhedos. De um modo geral, estima-se uma queda de 50% da produção inicialmente prevista. Além das doenças ocorridas durante a fase vegetativa e desenvolvimento das bagas, agora, no período de colheita, com as condições de tempo adversas, devido às chuvas frequentes e o calor, têm ocorrido doenças características da fase de colheita, como as podridões de bagas.
O pêssego também sofreu reveses na produtividade e qualidade das frutas, impostos pelas adversidades climáticas ocorridas nos períodos de inverno e primavera. Na região Serrana, está acelerada a colheita da variedade Eragil, fruta com características bem marcantes, como o calibre avantajado, a polpa amarela, formato com bico grande e carroço solto. Mesmo variedades mais tardias foram severamente afetadas pelo clima, com redução da produtividade, considerável número de frutas malformadas, sabor e coloração deficientes.

Redução das chuvas favorece a recuperação das lavouras de arroz no Rio Grande do Sul

Segundo a Emater, a última semana foi de melhores condições para a retomada do desenvolvimento do arroz, uma vez que as chuvas foram esparsas e de menor intensidade, com períodos maiores de insolação e temperaturas em elevação. Mesmo assim, ainda persistem fatores limitantes a serem enfrentados pelos produtores: reconstrução de taipas, bueiros, estradas de acesso e desentupimento de drenos são alguns dos trabalhos que os orizicultores ainda terão que refazer para que as lavouras sigam a contento, o que implica em aumento dos custos de produção.
Com o recuo das águas, o setor começa a melhor avaliar o real tamanho do prejuízo causado pelas pesadas chuvas do final de 2015. Segundo o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), 140 mil hectares (ha) foram alagados, dos quais cerca de 34 mil tiveram perda total. No momento a cultura se encontra com 15% das lavouras em fase de floração e 1% em enchimento de grão. Na comparação com a média dos últimos anos, o atraso é de 10 pontos percentuais. Segundo a meteorologia, ocorrerá pouca chuva nos próximos 15 dias, o que poderá influenciar, de forma positiva, as lavouras.
Ainda que as condições de tempo fossem favoráveis, a umidade do solo, por vezes ainda em excesso, foi limitante para um efetivo avanço da colheita do milho, que no momento chega a 6% do total da área projetada. As regiões de Santa Rosa e Frederico Westphalen já alcançam 12% de suas respectivas áreas. As produtividades obtidas nessas primeiras lavouras têm variado entre 7,2 mil kg/ha e 8,4 mil kg/ha, o que é elevado para essas regiões.
Na cultura da soja, com aproximadamente 25% das lavouras em florescimento e com algumas em enchimento de grãos (5%), é bom o desenvolvimento das plantas. Com a melhora das condições climáticas, houve intensificação no controle de ervas invasoras e de doenças. Muitos agricultores aproveitaram para realizar a primeira aplicação de fungicida, tendo em vista que em algumas lavouras foram identificados focos de ferrugem asiática.