Renda e câmbio pressionam aeroportos, diz Ficht

Para a agência de risco, o cenário dificulta novas concessões, como as dos quatro aeroportos previstas para este ano

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Concessionária de Guarulhos terá de pagar R$ 100 milhões, conforme o secretário da Fazenda do município
O fraco desempenho macroeconômico do Brasil deverá pressionar o setor de aeroportos em 2016, porque a redução na renda real, a desvalorização cambial, a disponibilidade de crédito e a confiança geral reduzirão o tráfego de passageiros, afirma a Fitch Ratings. A agência cita relatório recente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que indica que a demanda por viagens aéreas diminuiu 1,1% nos últimos seis meses - novembro de 2015 foi o quarto mês consecutivo de contração do tráfego doméstico.
"Durante este período, o tráfego internacional de passageiros decresceu 2,3% e 2,2%, respectivamente, nos aeroportos de Guarulhos e do Galeão, os dois maiores hubs internacionais do Brasil. Juntos, estes aeroportos respondem por aproximadamente 85% do tráfego internacional do País", lembra a Fitch. Pelas suas projeções, a economia brasileira cairá 2,5% em 2016, pressionando o tráfego de passageiros, a carga e as receitas comerciais. Na visão da agência, isto terá implicações a longo prazo, pois muitos modelos de negócios aeroportuários dependem de aumentos de receitas para atender ao crescente serviço de dívida e às altas outorgas fixas, de R$ 1 bilhão por ano no caso de Guarulhos e de R$ 160 milhões no de Viracopos. Os cenários da Fitch incorporam crescimento de 0% nos dois aeroportos em 2016.
Para a agência, o desempenho financeiro dos aeroportos, abaixo das expectativas, também deverá ter impacto negativo nos planos do governo de privatizar quatro aeroportos nos próximos seis meses. "O governo federal anunciou esta intenção em meados de 2015, em seu Plano de Investimento em Logística II (PIL II). Estes aeroportos têm apresentado comportamentos distintos de tráfego de passageiros. De junho a novembro de 2015, Florianópolis aumentou 3,1%; Porto Alegre diminuiu apenas 1,6%; enquanto o tráfego de Fortaleza caiu 6,2% e o de Salvador, 10,7%," diz a Fitch.
Na visão da Fitch, a queda do tráfego pressionará as ofertas nos leilões, aliada a suas localizações menos estratégicas, às condições menos vantajosas de pagamento de outorga fixa (25% de seus pagamentos são devidos logo no início), além da menor participação do governo nas concessionárias.

A350 XWB da Airbus promete diminuir efeitos do jet lag sentidos por passageiros

A Airbus começou a entregar às empresas aéreas, no final de 2015, um avião capaz de diminuir os efeitos do jet lag (o cansaço após as viagens com mudanças de fuso horário) nos passageiros. A empresa investiu US$ 15 bilhões para desenvolver o modelo A350 XWB, que, no Brasil, chegou à TAM no dia 18 de dezembro.
Para diminuir o jet lag, o equipamento conta com duas novidades em suas estruturas. A primeira é um sistema de iluminação capaz de simular a luz solar do local de destino. Se for noite na cidade do pouso, o sistema escurece gradativamente. No amanhecer, ele aumenta a claridade.
O propósito é regular o ciclo do sono do passageiro. A outra novidade é parte da estrutura do avião ser feita de fibra de carbono, no lugar do alumínio. Além de tornar a aeronave mais eficiente quanto ao consumo do combustível, essa mudança permite que ela seja pressurizada a 6.000 pés (as atuais são a 8.000 pés), ambiente mais próximo ao da superfície terrestre.
A Airbus também disse que a aeronave é capaz de filtrar todo o ar em três minutos, embora não mude o jet lag.
O primeiro voo comercial no País do novo avião está marcado para o dia 25 de janeiro, entre os aeroportos de Guarulhos e de Manaus.