FBI descobre contas secretas de Ricardo Teixeira em banco suíço

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O FBI detectou três contas secretas controladas pelo ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira na Suíça e pediu oficialmente para a Justiça de Berna que repasse aos Estados Unidos os detalhes das movimentações, extratos bancários e até mesmo pessoas que poderiam ter sido beneficiadas com o valor. A Justiça norte-americana suspeita que o cartola tenha usado um "laranja" com escritório no Centro do Rio de Janeiro para movimentar o dinheiro.
A ação faz parte de uma ofensiva que congelou mais de US$ 50 milhões em contas secretas mantidas pela Fifa e seus cartolas. A Justiça não dá detalhes se as contas de Teixeira estariam entre as que tiveram seus ativos congelados. Mas, segundo o jornal suíço Tages Anzeiger, o brasileiro pode ser um dos nomes na lista das contas bloqueadas.
Em apenas duas dessas contas, mais de US$ 800 mil foram transferidos dos EUA para a Suíça, envolvendo a Somerton, empresa controlada pelo também brasileiro José Margulies conhecido como José Lázaro. Ele é suspeito de agir como testa de ferro para o empresário José Hawilla, e realizava os pagamentos de propinas para dirigentes do futebol mundial. A empresa de fachada de Hawilla, portanto, também teria abastecido as contas suíças de Teixeira. O FBI também suspeita que Teixeira usaria um nome de fachada.

Fiança pendente custaria quase R$ 4 milhões a mais por ano a Marin

A demora do ex-presidente da CBF José Maria Marin em pagar a carta de fiança bancária de
US$ 2 milhões (R$ 7,8 milhões) como parte do acordo de prisão domiciliar se deve ao custo da transação, que pode chegar a mais de US$ 1 milhão (R$ 3,9 milhões) em um ano. Submetido a uma das garantias mais onerosas (US$ 15 milhões) do caso de corrupção na Fifa denunciado pelo governo norte-americano, o ex-cartola gastaria mais de US$ 1 milhão por ano com a exigência pendente.
A fiança do ex-vice-presidente da Fifa Jeffrey Webb, por exemplo, é de US$ 10 milhões. A de Aaron Davidson, ex-presidente da Traffic USA, é de US$ 5 milhões. Já Alejandro Burzaco, ex-presidente da Torneos, está submetido a uma garantia de US$ 20 milhões.
O juiz Raymond Dearie se mostrou compreensivo e estipulou novo prazo: 15 de janeiro. Até lá, a defesa deve estudar uma contraproposta. Caso não haja entendimento, o acordo de prisão domiciliar pode ser desfeito, sob risco de Marin ir para a prisão.
O réu já desembolsou
US$ 1 milhão da fiança previsto no acordo. Ele custeia ainda a tornozeleira eletrônica, câmeras de vigilância em seu apartamento e segurança privada que o monitora permanentemente - este último item ao custo mensal de aproximadamente US$ 90 mil (R$ 350 mil), de acordo com serviços similares credenciados pela corte.