Jair Alves de Sousa tinha apenas 17 anos quando decidiu se dedicar à carreira musical. Com a morte de seu professor de canto lírico, ele desistiu das aulas e montou sua banda de rock, Os Rebeldes - contudo, percebeu que Jair não era um nome bom para um roqueiro. Além disso, Jair Rodrigues já estava fazendo sucesso na época e Sousa não queria que o público se confundisse.
Eis que surgiu Jerry Hudson, uma mistura dos nomes dos atores Jerry Lewis e Rock Hudson. Meses depois, ao gravar um disco em italiano, ele decidiu que Jerry Adriani seria mais propício para sua carreira. Assim segue o artista, que estourou na década de 1960 na música, trabalhou na TV, atuou em novelas e celebra agora 50 anos de carreira com o lançamento de um DVD.
"De todos os nomes que escolhi, Jerry Adriani é o que soa melhor. E foi legal ver, ao longo dos anos, minhas fãs batizando seus filhos com o meu nome. É um barato!", diz ele. Adriani é a principal atração, no próximo sábado, da festa de 130 anos do Clube Caixeiros Viajantes, de Porto Alegre. O jantar-baile começa às 21h.
Jerry Adriani circulou por diferentes estilos ao longo de sua carreira. Foi um dos reis do "iê-iê-iê" - apelido dado ao rock brasileiro durante a Jovem Guarda -, cantou músicas românticas em italiano e até gravou sucessos de Elvis Presley em versões em português. "Embora tenha lançado algumas músicas inéditas nos últimos anos, o público sempre me pede para cantar meus sucessos antigos. E, como eu tenho que atender aos fãs, não posso deixar os clássicos de fora."
Intitulado Outro, o novo DVD tem exatamente a função de mostrar um outro lado do artista: o de intérprete. "A minha ideia foi trabalhar minha qualidade vocal, nesse trabalho. Nos anteriores, eu trouxe músicas minhas já conhecidas. Agora, canto apenas faixas que ficaram famosas nas vozes de outras pessoas", antecipa Adriani.
O DVD já foi gravado e tem lançamento programado para fevereiro do próximo ano. No repertório, estarão canções de Lenine e de Ivan Lins, além de clássicos internacionais, interpretados originalmente pelo uruguaio Carlos Gardel e pelo francês Charles Aznavour. "Nesse DVD eu canto sozinho, não há participações especiais. Cheguei a convidar o Ivan Lins, mas nossas agendas acabaram não casando", diz o cantor.