Porto Alegre, sexta-feira, 18 de dezembro de 2015. Atualizado às 18h07.
Dia Internacional do Migrante.
PREVISÃO DO TEMPO
PORTO ALEGRE AMANHÃ
AGORA
ND
26°C
19°C
previsão do tempo
COTAÇÃO DO DÓLAR
em R$ Compra Venda Variação
Comercial 3,9470 3,9490 1,43%
Turismo/SP 3,7500 4,1100 0,24%
Paralelo/SP 3,7500 4,1100 0,24%
mais indicadores
Página Inicial | Opinião | Economia | Política | Geral | Internacional | Esportes | Cadernos | Colunas | GeraçãoE
ASSINE  |   ANUNCIE  |   ATENDIMENTO ONLINE
COMENTAR CORRIGIR ENVIAR imprimir IMPRIMIR

Artes visuais Notícia da edição impressa de 07/12/2015. Alterada em 18/12 às 19h07min

A coleção pop de Eduardo Vieira da Cunha

ANTONIO PAZ/JC
Eduardo Vieira da Cunha abre nova exposição hoje

Michele Rolim

O pintor, desenhista e fotógrafo porto-alegrense Eduardo Vieira da Cunha, 59 anos, coleciona imagens. Barcos, trens, carros, ônibus e aviões são figuras que, de alguma maneira, estão permanentemente presentes em seus trabalhos e na sua estante.
Para a exposição Quadrinhos e o espírito pop, que inaugura hoje, das 18h às 20h, na Pinacoteca Ruben Berta (Duque de Caxias, 973), Cunha usou como inspiração para suas pinturas e objetos uma parte de sua coleção de HQs, como os clássicos protagonizados pelos heróis Flash Gordon, Mandrake e Fantasma, mas também quadrinhos de vanguarda, como Robert Crumb e seu Mr. Natural, que chegou ao Brasil através da revista Grilo, nos anos 1970.
O convite partiu do diretor do acervo da pinacoteca, Flávio Krawczyk, e da coordenadora de artes plásticas da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, Anete Abarno. Ambos propuseram ao artista que elaborasse trabalhos dialogando com o acervo da pinacoteca. Cunha elegeu como interlocutores obras de Adelson Filandelfo do Prado, Alan Davie, Bill Maynard, Fernando Duval, Glênio Bianchetti, João Alves de Oliveira, Marcelo Grassmann e Roberto Campadello. Os trabalhos desses artistas também integram a exposição Quadrinhos e o espírito pop, somando-se às 12 pinturas e dois objetos criados por Cunha.
Para ele, o "espírito pop" que aparece no nome de sua exposição está afinado com o perfil da Pinacoteca Ruben Berta, que acompanha o movimento dos anos 1950 e 1960, marcado por uma arte mais ligada à sociedade de consumo. O artista lembra ainda que pinacoteca é fruto de um projeto pessoal do magnata das comunicações Assis Chateaubriand, de criar museus regionais em vários pontos do País, e surgiu exatamente nos anos 1960, começo da pop art, movimento com o qual sua obra se comunica diretamente.
A questão do colecionismo se reflete em toda a obra dele, conhecido ainda por retratar lembranças da infância e por questionar a relação da arte com o real. "Sempre juntei muitos objetos, e muitas dessas coisas acabavam indo para a tela. Então, acho que o próprio ofício de artista e de pintor tem um pouco desse colecionador, de dar uma determinada ordem e sentido para a coleção. Por este material estar próximo de mim e por ser algo afetivo, acaba encontrando seu lugar nas telas", complementa Cunha, que também é professor do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes (IA) da Ufrgs.
Com duas filhas de diferentes gerações, ele conta que "roubava" os brinquedos delas para colocar nos seus trabalhos ou nas suas coleções, alimentando-se desse universo infantil. "As pessoas percebem no meu trabalho um pouco desse olhar da infância, ambientado especialmente nos anos 1960, representados pelos modelos de carros e de aviões. Acho que não são apenas lembranças de infância - é também uma maneira de se pensar o tempo. Os meios de transportes são deslocamentos temporais, uma forma de comunicação como qualquer outra."
Na exposição, Cunha propõe uma narrativa diferenciada: o espectador se depara, na maioria das telas, com uma espécie de grade pintada, isolando quadro a quadro os elementos visuais e sugerindo uma inevitável aproximação com o formato gráfico das HQs. "Na verdade, as histórias em quadrinhos são uma forma de apresentar a ficção que permite a leitura nas entrelinhas. Em Quadrinhos e o espírito pop, meus quadros também se encontram dispostos um ao lado do outro, o que suscita uma espécie de imaginação temporal, que também marca o processo da leitura", opina.
Segundo Cunha, a pintura, embora seja um ofício mais metódico - até mesmo pré-histórico -, também se alimenta dos elementos que nos circundam e dos meios de comunicação. "A questão é que ela muda, enquanto a técnica permanece mesmo que surjam novos materiais."
A mostra Quadrinhos e o espírito pop pode ser visitada até 19 de fevereiro de 2016, de segundas a sextas-feiras, das 10h às 18h, na Pinacoteca Ruben Berta (Duque de Caxias, 973). A entrada é franca.
COMENTÁRIOS
Deixe seu comentário sobre este texto.



DEIXE SEU COMENTÁRIO CORRIGIR ENVIAR imprimir IMPRIMIR
LEIA TAMBÉM
Criações em vídeo Galeria Mamute recebe exposição individual de Frantz Arte na ponta dos dedos: acessibilidade para deficientes visuais Representação do desenho

 EDIÇÃO IMPRESSA

Clique aqui
para ler a edição
do dia e edições
anteriores
do JC.


 
para folhear | modo texto
» Corrigir
Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.
Nome:
Email:
Mensagem:
» Indique esta matéria
[FECHAR]
Para enviar essa página a um amigo(a), preencha os campos abaixo:
De:
Email:
Amigo:
Email:
Mensagem:
 
» Comente esta notícia
[FECHAR]
  Seu comentário está sujeito a moderação. Não serão aceitos comentários com ofensas pessoais, bem como usar o espaço para divulgar produtos, sites e serviços. Para sua segurança serão bloqueados comentários com números de telefone e e-mail.  
  Nome:  
  Email:    
  Cidade:    
  Comentário:    
500 caracteres restantes
 
Autorizo a publicação deste comentário na edição impressa.
 
Digite o resultado
da operação matemática
neste campo