Chuva volta a causar alagamentos no Interior

A instabilidade prevista para ontem se confirmou em algumas regiões do Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, a chuva veio pela manhã, acompanhada de ventos fortes, mas cessou rapidamente. A precipitação foi intensa em municípios como Rio Grande, Pelotas, Jaguarão e Bagé. Os ventos e a chuva seguiram para a Região Metropolitana, mantendo a Defesa Civil gaúcha em alerta.

Em todo o Estado, 27 municípios já tiveram os pedidos de decreto de situação de emergência homologados e reconhecidos pela União. A cidade de Rio Pardo também obteve a homologação do decreto e, agora, aguarda o reconhecimento da Defesa Civil. Outras 33 cidades decretaram situação de emergência, mas os decretos ainda não foram homologados, e 28 localidades realizam levantamento de danos e análise da documentação para possivelmente entrar com o pedido. Até a tarde de ontem, 108 municípios gaúchos haviam sido atingidos de alguma maneira pela chuva, sendo Turuçu e São José do Norte os últimos a serem afetados até agora. No total, há 149.276 pessoas e 35.173 residências atingidas, 5.779 famílias desalojadas e outras 1.346 desabrigadas.

Em Bagé, na Região da Campanha, o volume de chuva chegou a 85 milímetros, fazendo com que o arroio Bagé transbordasse e inundasse cerca de 40 casas. O temporal também causou alagamentos e enxurradas. Em Jaguarão, no Sul do Estado, o vento chegou à marca de 85 quilômetros por hora. Em Pelotas, moradores da praia do Laranjal enfrentam alagamentos.

Em Rio Grande, também no Sul do Estado, o transporte hidroviário entre a cidade e São José do Norte foi suspenso devido ao aumento do nível da Lagoa dos Patos. O cais de atracação da estação hidroviária, usado pelas lanchas que transportam passageiros, ficou submerso. O transporte de veículos pela balsa também foi interrompido, uma vez que o aumento do nível da lagoa inviabiliza o embarque seguro de automóveis.

O fenômeno climático que afetou o Sul gaúcho se deslocou, em grande parte, para o oceano, mas induziu vento do quadrante Sul em Porto Alegre no final da manhã, com rajadas de 70 quilômetros por hora. A influência desse vento fez com que o nível do Guaíba voltasse a subir, alcançando a marca de 2,59 metros na metade da tarde de ontem.

A instabilidade também causou estragos no Uruguai. A localidade mais atingida foi a Villa del Camen, no departamento de Durazno. Houve queda de árvores, postes, destelhamentos, rompimento de linhas de energia e colapso de estruturas.

De acordo com a MetSul Meteorologia, fenômenos mais extremos, como a ventania que atingiu Porto Alegre e a Região Metropolitana na quarta-feira passada, são localizados e pouco prováveis. É difícil precisar quais cidades podem ser afetadas, exceto por análise de imagens de radar e alertas de curto prazo. Ainda assim, a MetSul calcula que as tempestades serão menos severas do que as da semana passada. No Rio Grande do Sul, temporais são comuns durante a primavera e devem se repetir até o final do ano.

Para hoje, as condições meteorológicas continuam favoráveis à ocorrência de chuva acompanhada de trovoadas, queda de granizo e rajadas de vento, que podem atingir até 90 quilômetros por hora. As cidades mais afetadas serão as situadas no Norte do Estado e em áreas de Santa Catarina e Paraná.

No Rio Grande do Sul, a chance de precipitação é maior nas regiões Norte, Noroeste, Nordeste e Metropolitana. No Norte, pode ocorrer queda de granizo, menos provável nos demais locais. As temperaturas apresentam grande oscilação, podendo variar entre 10 e 30 graus. Amanhã, é provável que o céu continue nublado com possíveis pancadas de chuva no Norte, mas não deve chover em outras localidades. Em Porto Alegre, as temperaturas variam entre 17 e 21 graus. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também não descarta a possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas, tanto hoje como amanhã.