Incentivo à proteção de residências

O mercado segurador brasileiro tem planos de impulsionar os seguros residenciais

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Silveira diz que a FenSeg percebeu que há um grande desconhecimento sobre o produto e seu baixo custo
O mercado segurador brasileiro tem planos de impulsionar os seguros residenciais. A Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) realizou um levantamento do índice de penetração do produto no País e lançou uma cartilha para esclarecer dúvidas sobre o produto. "A percepção dos brasileiros sobre os riscos que suas casas sofrem ainda é pequena e há um grande desconhecimento sobre o produto e seu baixo custo. Enxergamos isso como uma oportunidade", diz o presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg, Danilo Silveira.
As coberturas básicas de seguros residenciais incluem incêndio, queda de raios e explosão. Coberturas adicionais podem englobar danos com vendaval e descargas elétricas. Apesar das chuvas e ventanias frequentes, apenas 16% das casas no Rio Grande do Sul são seguradas, número que representa 658 mil domicílios. No Brasil, somente 13,3% das residências têm seguro. São 9,1 milhões de apólices, que somam R$ 2,2 bilhões em faturamento ao ano. O levantamento da FenSeg mostrou que a maioria dos consumidores de seguros não costuma receber ofertas de produtos residenciais, o que mostra uma oportunidade no mercado.
Enquanto o custo de uma apólice para um veículo equivale de 3% a 5% do valor do carro, pelo menos, para residência é de 0,6% a 0,9% do preço do imóvel ao ano. O preço médio de um seguro residencial é de R$ 250,00 por ano. Algumas coberturas cobrem despesas de aluguel, caso alguma eventualidade force o segurado a se mudar temporariamente, e danos ao patrimônio ou a terceiros. Outras incluem conveniências como serviços de encanador, chaveiro, eletricista e até conserto de eletrodomésticos.
"O seguro é algo intangível, uma promessa que um dia vai acontecer, mas que ninguém quer que aconteça. Quando oferecemos serviços extras, é mais fácil criar a cultura do seguro residencial", avalia o sócio-diretor da Minuto Seguros, Manes Erlichman. Ele diz que, apesar da campanha da FenSeg, ainda não percebe ações coordenadas em conjunto entre as seguradoras para impulsionar o mercado, apenas iniciativas pontuais.

Você sabe a diferença entre seguros residenciais, habitacionais e condominiais?

O primeiro cobre danos à residência e aos bens do morador, enquanto o segundo é adquirido ao financiar um imóvel e se destina exclusivamente à garantia do prédio, ou seja, à parte construtiva da residência. Já o seguro condominial é obrigatório em todos os condomínios horizontais ou verticais e oferece cobertura básica para incêndio, queda de raio e explosão nas áreas comuns.

Seguro de vida cresce com maior percepção de risco

Como outras coberturas de risco, os seguros de vida são impulsionados pela desconfiança dos brasileiros quanto ao futuro, em meio à crise econômica. Esse segmento do setor de seguros de pessoas arrecadou R$ 6 bilhões nos primeiros seis meses do ano, uma alta de 13% em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Além da proteção financeira aos dependentes do segurado no caso de sua morte ou invalidez permanente, outras coberturas acessórias estão aquecidas, como as proteções em caso de desemprego e doenças graves.
“A indústria de seguros é contracíclica. Quando há maior percepção de risco, falamos mais sobre nossos produtos”, explica o CEO de seguros do HSBC, Alfredo Lália. O banco está empenhado em desenvolver variações de produtos, incluindo outras assistências aos pacotes de seguro de vida, como auxílio alimentação e isenção de parcelas do seguro em caso de perda de renda, além de serviços de auxílio funeral.
Na Mongeral Aegon, a procura por seguros de vida com cobertura para doenças graves disparou mais de 6.000% no primeiro semestre. De acordo com Marcus Marinho, gerente de produtos e inteligência da empresa, diferente da previdência privada, que só gera benefícios no longo prazo, o seguro de vida resgatável pode trazer ganhos imediatos, já que o investimento pode ser devolvido ao segurado no momento em que ele quiser.

Conheça seus direitos ao contratar apólices

A boa fé é particularmente importante ao fechar qualquer contrato de seguro, tanto da parte do cliente como da seguradora, como destaca o advogado Klaus Cohen Koplin, do escritório Freitas e Macedo. “É essencial que o consumidor preste informações claras e precisas, assim como as seguradoras. Isso inclui esclarecer o que não está coberto pela apólice”, recomenda. Em situações que acabam na Justiça, Koplin afirma que são recorrentes ações em que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) permanece em defesa dos consumidores.
Conhecer o produto adquirido e fazer quantas perguntas forem necessárias ao corretor, inclusive sobre o que não está incluído no seguro, é o primeiro passo ao contratar qualquer produto, como sugere a diretora executiva da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Solange Beatriz Mendes. Também é preciso ler a apólice com atenção. “Se o produto tem preço muito menor do que os demais, há um motivo. Redobre a atenção ao ler o contrato”, aconselha.