Participação de pessoas idosas no mercado de trabalho cresce 194%

Proporção de indivíduos acima de 60 anos na População Economicamente Ativa chegou aos 5,7% no ano passado

Por Luiz Eduardo Kochhann

Idade média passou de 34 para 38 anos, o que indica amadurecimento do ?mercado de trabalho no período
O processo de envelhecimento da população brasileira está impactando no mercado de trabalho nas últimas décadas. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), divulgada na quinta-feira na Fundação de Economia e Estatística (FEE), aponta um incremento de 194,4% na participação de idosos - pessoas com 60 anos ou mais - na População Economicamente Ativa (PEA) entre 1993 e 2014. A mudança acompanha o crescimento de 181,1% das pessoas dessa faixa etária no mesmo período. Agora, o segmento representa 20,2% da população total.

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Desemprego em 7,6% no Brasil é o pior resultado para agosto em seis anos, informa o IBGE

A taxa de desemprego brasileira ficou em 7,6% em agosto, informou o ?IBGE nesta quinta-feira. O dado faz parte da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que engloba seis regiões metropolitanas do País (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre). O resultado foi o pior para o mês desde 2009, quando ficou em 8,1%. Em agosto do ano passado, a taxa ficou em 5%. Em julho, o desemprego ficou em 7,5%. No acumulado de janeiro a agosto, a taxa média de desocupação, de 6,6%, é a maior desde 2010, quando ficou em 7,2%.
"O que vemos em agosto é um mercado que não gerou postos de trabalho, mas também não houve aumento no número de pessoas que saíram a procurar trabalho", explica Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. O resultado está praticamente em linha com a expectativa dos analistas do mercado financeiro, que era de que o indicador ficasse em 7,7%. O dado de agosto mostra a oitava alta seguida, em uma tendência iniciada em dezembro do ano passado, quando a PME mostrou um desemprego de 4,3%. Se considerada toda a série histórica, a taxa é a maior desde março de 2010, quando também ficou em 7,6%.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.185,50. Este resultado foi 0,5% maior que o registrado em julho, quando ficou em R$ 2.174,49, e 3,5 % inferior ao obtido em agosto do ano passado (R$ 2.264,62). A população desocupada - os que buscam emprego e não encontram - ficou em 1,9 milhão de pessoas e não apresentou variação frente a julho. Em relação a agosto de 2014, o quadro foi de elevação de 52,1%. Ou seja, mais 636 mil pessoas. A população ocupada foi estimada em 22,7 milhões para o conjunto das seis regiões pesquisadas, refletindo estabilidade. Na análise mensal, houve uma retração de 1,8% (menos 415 mil pessoas) na comparação com agosto de 2014.
Regionalmente, a análise mensal mostrou que a taxa de desocupação no Rio de Janeiro, frente a julho, apresentou redução de 5,7% para 5,1%, e, nas demais regiões, ficou estável. Mas, na comparação com agosto de 2014, houve variações significativas em todas as regiões: Salvador, de 9,3% para 12,4%; São Paulo, de 5,1% para 8,1%; Recife, de 7,1% para 9,8%; Belo Horizonte, de 4,2% para 6,7%; Rio de Janeiro, de 3% para 5,1%; e Porto Alegre, de 4,8% para 6%.
O contingente de desocupados, em relação a julho último, caiu 11,3%, no Rio de Janeiro, e ficou estável nas demais regiões pesquisadas. No confronto com agosto do ano passado, a desocupação aumentou em todas as regiões, sendo o maior aumento no Rio de Janeiro (71,6%), e o menor, em Porto Alegre (24,%).
O nível da ocupação - proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa - foi estimado, em agosto, em 51,8% para o total das seis regiões. No confronto com agosto de 2014, foi observada redução de 1,5 ponto percentual. Regionalmente, na comparação mensal, foi registrada estabilidade em todas as regiões.
Depois de ter fechado 2014 em 4,3%, menor patamar da série histórica, a taxa de desocupação medida pela PME tem subido constantemente neste ano. O aumento reflete a piora no mercado de trabalho, impactado pelo ambiente recessivo na economia.