Ação estimula atuação das advogadas

Para incentivar advogadas da área corporativa a buscarem cargos de liderança, Yaskara Goltz, criou o evento Direito com Elas

Por JC

Yaskara salienta que fazer parte de um ciclo virtuoso é importante
Évilin Matos, especial

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Mulheres ganham espaço quando seleção se dá por conhecimento

Um reflexo da desigualdade de gênero existente no Brasil é o fato de as mulheres serem mais de 52% do eleitorado, mas ocuparem apenas 51 das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados. Com a conquista de direitos básicos, como o de votar (1933), a mulher foi saindo do espaço privado e conquistando o público. Para galgar cargos de chefia, por meio de votações, os homens ainda têm vantagem, um indicativo é que a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB/RS) teve apenas uma presidente, Cléa Carpi da Rocha. Porém, em concursos, no qual a vaga é concedida por conhecimento, ou seja, a imagem não é critério para a contratação, a disputa é equilibrada, são 54,7% de homens e 45,3% de mulheres. "Assim, não há como o preconceito barrar. Se realmente for acima da média o preconceito não barra", ressalta a presidente da Comissão de Advocacia Pública da OAB/RS, Fabiana da Cunha Barth.
Nos cursos de Direito é possível perceber que a presença feminina está mais forte. Hoje, o Estado conta com 1.360 estagiárias, 227 a mais do que o gênero masculino. Em relação aos formados, são 30.472 mulheres e 34.741 homens. Assim, a profissão começa a mudar de cenário. Contudo, áreas como Criminal e Tributário tem menos mulheres atuando. Para Fabiana, há muitas advogadas nesses ramos, mas os homens se sobressaem. Para ela, a mulher tem que exercer suas funções muito bem para conquistar destaque, enquanto os homens podem ser apenas bons.
A secretária-geral adjunta da OAB/RS Maria Cristina Carrion Vidal de Oliveira, salienta que a forma de mudar esse pensamento é através do investimento na educação desde a escola. Todas as áreas existentes no Direito têm preconceito, mas há menos nas carreiras jurídicas por haver uma maior atuação feminina. "Conforme vão assumindo cargos de destaques e aparecendo mais nas mídias, essa realidade vai sendo mudada", aconselha. "A mulher sempre tem que se superar, tem que se empoderar para se sobressair ao homem", completa Maria.