A abertura oficial da 16ª edição da Expodireto Cotrijal, ontem, em Não-Me-Toque, não fugiu à regra dos últimos anos. Mais uma vez, contou com o prestígio de inúmeras lideranças políticas e do agronegócio. Muito aguardada, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, aproveitou o evento para destacar as prioridades do governo para o setor.
A notícia da liberação de R$ 1,5 bilhão para financiar, a juros de 4,5%, a compra de máquinas agrícolas pelo Programa Moderfrota foi festejada pelos presentes. Segundo ela, uma segunda parcela deste mesmo financiamento, ainda está em estudo em Brasília. Kátia também prometeu a criação de um Plano de Defesa Agropecuário e de uma Escola de Gestão Agropecuária a Distância. A ministra ressaltou que o trabalho da sua pasta será qualificar o setor - com a ampliação da classe média rural e a expansão das culturas irrigadas. Lembrou que o Brasil tem potencial para irrigação de 30 milhões de hectares, e só no Rio Grande do Sul estão 1,3 milhão de hectares. "Estamos preparando um pacote de oportunidades e direitos para os produtores. O agricultor não pode só estar bem da porteira para dentro", enfatizou.
A ministra ainda se comprometeu com o desenvolvimento da logística, um dos principais gargalos do setor e que aumenta o custo da agricultura do País. Kátia Abreu também prometeu dar atenção especial a atividade leiteira, para que o Brasil exporte o produto em pó a mercados da Ásia. Ela ainda destacou uma mudança no marco regulatório para os agrotóxicos.
Kátia Abreu visitou vários estandes no Parque da Expodireto, ao lado do governador José Ivo Sartori, do presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, do vice, Enio Schroeder, e de demais autoridades. No estande da Embrapa, Kátia Abreu, prestigiou o lançamento das cultivares de trigo BRS Marcante, de cevada BRS Korbel e de centeio BRS Progresso.
Otimista, Mânica destacou a perspectiva de safra recorde de soja no Estado, cerca de 14 milhões de toneladas, e ressaltou o crescimento da feira, de 114 expositores, na primeira edição em 2000, para 530 em 2015. Mânica reafirmou ainda que a Expodireto se dá em três frentes: tecnologia, oportunidades e inovações. "Sem capacidade de competir, não há sustentabilidade." Em um ano em que o custo de produção será maior, devido à inflação e aos juros altos, o presidente da feira também pediu mais atenção ao setor do agronegócio.
Em seu pronunciamento, o governador José Ivo Sartori afirmou que na Expodireto é possível ver o Estado de uma sociedade que luta, que avança, que se une, que coopera, que faz acontecer e que vence. "Eu acredito muito no Rio Grande do Sul que dá certo. Estamos na terra do agronegócio. A Expodireto é uma das maiores feiras do País. Todo esse trabalho começa lá na terra com a semente. É isso que queremos plantar, uma semente de mudança, mas com cautela, com prudência, sem pirotecnia", afirmou. Segundo ele, o governo deverá apresentar, até o fim deste primeiro semestre, um plano que será elaborado em conjunto pelas secretarias da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.
O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, agradeceu pelo espaço aberto à pesquisa na Expodireto Cotrijal. "Muito desses trabalhos levam de sete a 15 anos para serem desenvolvidos. Pesquisas como essa permitem ao Brasil dar novos saltos, com novo material genético e novas soluções", enfatizou.
Kátia Abreu complementou dizendo que o produtor é quem ganha com o resultado de pesquisas como a realizada pela Embrapa. Na sequência, a comitiva esteve no Pavilhão da Agricultura Familiar, que neste ano, conta com 172 expositores. Nem a ministra resistiu e foi às compras. Apesar da agenda apertada, só deixou o pavilhão depois de comprar pala em lã crua, produtos coloniais e degustar algumas das delícias expostas no local.
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