Porto Alegre,

Publicada em 22 de Outubro de 2025 às 18:10

Pesquisadores visitam Vale do Taquari em busca de matrizes para o Reflora

Espécies como a Canafístula (Peltophorum dubium) são algumas das árvores identificadas pela equipe

Espécies como a Canafístula (Peltophorum dubium) são algumas das árvores identificadas pela equipe

Maria Alice Lussani/Ascom Seapi/Divulgação/Cidades
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Jornal Cidades
Pesquisadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e instituições parceiras estão realizando visitas a locais às margens do Rio Taquari para identificar árvores matrizes para produção de mudas do programa Reflora, lançado em março deste ano. O programa prevê a coleta de material genético, a produção de mudas e o plantio nas áreas atingidas por enchentes no Rio Grande do Sul.
Pesquisadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e instituições parceiras estão realizando visitas a locais às margens do Rio Taquari para identificar árvores matrizes para produção de mudas do programa Reflora, lançado em março deste ano. O programa prevê a coleta de material genético, a produção de mudas e o plantio nas áreas atingidas por enchentes no Rio Grande do Sul.
Ali, foram encontradas algumas espécies que resistiram a toda a catástrofe e seguem de pé, apesar das marcas. “A gente está numa fase do projeto de mapeamento de matrizes, e nesta área, no Rio Taquari, conseguimos identificar algumas matrizes com relevância ambiental, que sobreviveram às enchentes. Uma delas é o Açoita-Cavalo (Lueha divaricata), que teve o tronco danificado pela batida de alguns objetos que vieram pelo rio. A árvore ficou com tronco e galhos submersos, mas sobreviveu”, afirma o engenheiro florestal e pesquisador do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Seapi, engenheiro florestal Jackson Brilhante.
Além desta espécie, foram identificadas outras espécies como a Canafístula (Peltophorum dubium) e um Louro-Pardo (Cordia trichotoma) centenário, de valor inestimável, segundo Jackson, do ponto de vista ambiental. “Mostra que esta técnica serve para fazer a conservação genética desses indivíduos, que têm uma relevância ambiental e histórica”, destaca.
Desde o lançamento, já foram realizados treinamentos e diversas saídas de campo com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Seapi e Jardim Botânico de Porto Alegre, para a prospecção de matrizes das espécies selecionadas, sendo priorizados locais e regiões diretamente afetados pelas enchentes de 2024. Até o momento foram realizados levantamentos em três municípios atingidos: Eldorado do Sul, Taquari e Montenegro, sendo identificados 77 indivíduos de 31 espécies, que formarão um banco de dados de matrizes georreferenciadas para posterior acompanhamento, resgate e conservação do DNA.
“Atualmente o programa está na fase de prospecção de matrizes das espécies selecionadas e as universidades parceiras já estão realizando as saídas a campo e testes iniciais com as espécies em questão”, afirma o coordenador operacional do programa Reflora, Diego Balestrin, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Diego Balestrin destaca que além da prospecção de matrizes, estão previstos novos treinamentos teóricos e práticos com as quatro universidades parceiras (UFRGS, PUCRS, UFSM e UNISC). “Estes treinamentos têm por objetivo o compartilhamento da metodologia de coleta e execução da técnica de resgate de DNA para posterior indução do florescimento ultraprecoce da floração e frutificação das espécies selecionadas pelas universidades”. Segundo ele, foram selecionadas um total de 34 espécies florestais nativas para aplicação da técnica, contando também com a participação de 13 bolsistas que estão atuando na execução das ações previstas pelo projeto.
O programa também prevê a aquisição de equipamentos e materiais para as universidades, já em fase de recebimento, além da implementação de estruturas físicas como casas de vegetação, que serão instaladas em cada uma das quatro universidades parceiras, já em trâmite interno para contratação, o que vai possibilitar a realização de pesquisas e o escalonamento do projeto.
O Reflora tem duração prevista de três anos e é coordenado pelas secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente e Infraestrutura, com participação da CMPC e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Também integram o projeto a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

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