Porto Alegre,

Publicada em 20 de Outubro de 2025 às 16:43

Moradores cobram ação nas redes sociais após erosão afetar cemitério em Cachoeira

Local fúnebre abrigava ao menos 4,2 mil sepulturas em 7 mil metros quadrados

Local fúnebre abrigava ao menos 4,2 mil sepulturas em 7 mil metros quadrados

/Giovani Wrasse/Divulgação/Cidades
Compartilhe:
Larissa Britto
Larissa Britto Repórter
Com 198 anos de história, o cemitério, que abrigava ao menos 4,2 mil sepulturas em 7 mil metros quadrados, teve 160 metros de extensão de sua área comprometidos com o deslizamento de terra. Com isso, ao menos 380 túmulos tiveram que ser exumados e realocados em cemitérios da cidade. O cemitério municipal Jardim da Paz foi um dos locais que permitiu a transferência dos corpos e receberá, até o fim do ano, a instalação de 300 novos túmulos. 
Com 198 anos de história, o cemitério, que abrigava ao menos 4,2 mil sepulturas em 7 mil metros quadrados, teve 160 metros de extensão de sua área comprometidos com o deslizamento de terra. Com isso, ao menos 380 túmulos tiveram que ser exumados e realocados em cemitérios da cidade. O cemitério municipal Jardim da Paz foi um dos locais que permitiu a transferência dos corpos e receberá, até o fim do ano, a instalação de 300 novos túmulos. 
Em um post publicado nas redes sociais em 11 de outubro pela página “Minha Cachoeira”, que contém a foto do local da erosão, dezenas de comentários feitos por moradores reivindicam obras de reconstrução, e alguns expõem que tiveram que retirar os restos mortais de parentes e amigos do local. 
Uma moradora relatou nos comentários que, oito meses após enterrar sua mãe, teve que retirá-la às pressas do local e realizar seu enterro novamente. “É um gasto à toa, sem falar no desgaste emocional de sofrer tendo que enterrar duas vezes”, descreve. Outro morador diz que “a preocupação da família é diária. Temos entes queridos já falecidos e não há um dia de sossego sabendo que o cemitério encontra-se nessas condições”, lamenta.
Responsável pela administração do local, o padre Helvio Luis Cândido conta que após notar que havia rachaduras em algumas sepulturas, realizou uma assembleia com os proprietários dos túmulos em novembro de 2023. “Nós vimos uma pequena fissura, mas atravessava praticamente toda a extensão do nosso cemitério. Então, nós expusemos o problema e pedimos encarecidamente que eles (os parentes) nos autorizassem a retirar os restos mortais dos seus falecidos para acomodá-los em ossuários”, explica.
O padre conta que, à época, reuniu-se com pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que estimou um valor de R$ 25 milhões para obras de recuperação do local. “Depois dessa reunião com a universidade, nós recebemos os técnicos da Defesa Civil do Estado, onde foi aberto um protocolo. Depois, nós partimos para outra fase de estudos que foi com o comitê da Bacia do Jacuí, porque nós precisávamos entender a dinâmica do rio. Claro que os estudos ainda não terminam aqui, nós vamos precisar de outras fases de estudo da hidrodinâmica do rio, que não foram feitas ainda”, pontua.
O religioso acrescenta que ainda está em contato com técnicos da UFSM a fim de definir se a universidade conseguirá desenvolver um projeto para o diagnóstico da área. “Agora, nós vamos precisar de outros estudos e a universidade provavelmente nos ajudará, mas nós esperamos ainda uma manifestação da Defesa Civil do Estado com relação a esse levantamento”, salienta.

Notícias relacionadas