Porto Alegre,

Publicada em 17 de Setembro de 2025 às 12:30

Clube naturista de Taquara celebra 30 anos de fundação

Colina do Sol ocupa área de 60 hectares às margens da ERS-020 e se tornou referência aos praticantes do naturismo no Brasil

Colina do Sol ocupa área de 60 hectares às margens da ERS-020 e se tornou referência aos praticantes do naturismo no Brasil

Colina do Sol/Divulgação/Cidades
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Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
A Colina do Sol, comunidade naturista localizada em Taquara, no Vale do Paranhana, completou 30 anos em 2025 e está na mira do poder público como parte da estratégia de desenvolvimento turístico do município. A celebração da data coincide com a inserção do espaço no Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e com o anúncio de que o empreendimento será sede do Fórum de Turismo do Vale do Paranhana, programado para setembro.
A Colina do Sol, comunidade naturista localizada em Taquara, no Vale do Paranhana, completou 30 anos em 2025 e está na mira do poder público como parte da estratégia de desenvolvimento turístico do município. A celebração da data coincide com a inserção do espaço no Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e com o anúncio de que o empreendimento será sede do Fórum de Turismo do Vale do Paranhana, programado para setembro.
Fundada em 1995 pelos naturistas Celso Rossi e Paula Andreazza, a Colina do Sol foi a primeira vila naturista da América Latina. O espaço surgiu como um projeto comunitário em uma área de 60 hectares, escolhida por sua topografia, isolamento e preservação ambiental. Ao longo dos anos, transformou-se em associação civil sem fins lucrativos, administrada pelos próprios associados patrimoniais, que hoje somam cerca de 150.
Apesar de ter construído, ao longo das últimas três décadas, uma trajetória reconhecida no naturismo e no turismo especializado, a Colina do Sol mantinha até recentemente uma relação mais discreta com o poder público local. Isso começou a mudar com as celebrações do trigésimo aniversário, quando a administração municipal de Taquara incluiu o espaço nas políticas oficiais de turismo.
A Colina do Sol conta com estrutura de hospedagem em cabanas, camping, albergue e hotel, além de áreas de lazer como piscinas, lagos e quadras esportivas | Colina do Sol/Divulgação/Cidades
A Colina do Sol conta com estrutura de hospedagem em cabanas, camping, albergue e hotel, além de áreas de lazer como piscinas, lagos e quadras esportivas Colina do Sol/Divulgação/Cidades
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Mineração de Taquara, Pedro Almeida, ressaltou a singularidade do empreendimento. “Talvez seja o empreendimento turístico mais singular do Vale do Paranhana, se não do Rio Grande do Sul. A Colina atrai público de todo o país e de outros lugares da América Latina, movimentando a economia da cidade de forma orgânica”, afirmou. Segundo ele, a realização do Fórum de Turismo no local é um passo para integrar a Colina ao calendário turístico regional.
A presidente do Clube Naturista Colina do Sol (CNCS), Verônica Rodrigues Domingos, avalia a aproximação como um reconhecimento do papel da comunidade no município. “Estamos muito satisfeitos de, após 30 anos, sermos incorporados às políticas de turismo de Taquara. Queremos mostrar que o naturismo vai além da nudez: é uma filosofia de vida ligada à preservação ambiental e ao respeito entre as pessoas”, afirmou.
Atualmente, cerca de 56 moradores vivem de forma permanente na Colina, enquanto outros associados utilizam as 112 cabanas e as áreas comuns em finais de semana, férias e feriados. O espaço também recebe visitantes estrangeiros, especialmente da Argentina e da Europa, além de brasileiros de diversas regiões. Durante o verão, o fluxo de turistas aumenta e, em eventos sazonais como festas de Carnaval, já chegaram a ser registradas até 700 pessoas em um único fim de semana.
tualmente, cerca de 56 moradores vivem de forma permanente na Colina, enquanto outros associados utilizam as 112 cabanas e as áreas comuns em finais de semana, férias e feriados | Colina do Sol/Divulgação/Cidades
tualmente, cerca de 56 moradores vivem de forma permanente na Colina, enquanto outros associados utilizam as 112 cabanas e as áreas comuns em finais de semana, férias e feriados Colina do Sol/Divulgação/Cidades
A Colina do Sol conta com estrutura de hospedagem em cabanas, camping, albergue e hotel, além de áreas de lazer como piscinas, lagos e quadras esportivas. A manutenção é garantida por taxas pagas pelos associados e visitantes, com diárias em torno de R$ 35 por pessoa. Para todos os frequentadores, há normas de conduta e convivência estabelecidas em regulamento e apresentadas em vídeo explicativo, o que, segundo a administração, garante a preservação de um ambiente de respeito e convivência familiar.
O espaço também manteve, desde sua fundação, uma relação considerada positiva com a comunidade de Taquara. Prestadores de serviço, comerciantes e escolas do município têm contato frequente com os moradores e associados da Colina. “Sempre fomos muito bem aceitos pela comunidade local, e agora temos a chance de ampliar esse diálogo por meio do turismo”, destacou Verônica.
Para a administração, a inclusão no Comtur e a realização do Fórum de Turismo representam um marco. Além de consolidar o espaço como atrativo turístico, a aproximação pode abrir portas para investimentos em infraestrutura e preservação ambiental. Entre os projetos futuros estão melhorias em hospedagem, trilhas ecológicas e ações de educação ambiental, voltadas tanto para visitantes quanto para a comunidade.
A celebração dos 30 anos também serviu para reforçar a identidade da Colina como referência no naturismo. O clube se apresenta como a maior vila naturista da América Latina, conciliando turismo, preservação ambiental e convivência comunitária. Agora, com o olhar do poder público voltado para o espaço, a expectativa é que a Colina do Sol assuma papel mais visível no desenvolvimento turístico de Taquara e da região.

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