Porto Alegre,

Publicada em 17 de Setembro de 2025 às 10:08

Bibliotheca Pública Pelotense inicia restauro para celebrar 150 anos

Local recebe diariamente cerca de 200 visitantes, entre estudantes, pesquisadores, leitores e moradores em busca de jornais do dia

Local recebe diariamente cerca de 200 visitantes, entre estudantes, pesquisadores, leitores e moradores em busca de jornais do dia

/Patricia Porciuncula/Especial/Cidades
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Patrícia Porciúncula
De Pelotas, especial para o CidadesA Bibliotheca Pública Pelotense, um dos maiores símbolos históricos e culturais do Rio Grande do Sul, fechou temporariamente suas portas para a realização de obras de restauro em seu Salão Nobre. Localizada no coração de Pelotas, no Centro Histórico da cidade, a instituição se prepara para celebrar, em novembro, 150 anos de atividades ininterruptas. O prédio, inaugurado em 1875, abriga hoje mais de 150 mil exemplares, entre livros, jornais e obras raras, sendo um dos principais espaços de pesquisa e preservação da memória regional.A presidente da instituição, Lisarb Crespo da Costa, explica que a intervenção era necessária para garantir a preservação do patrimônio. “Algum restauro já foi feito, mas nós precisávamos agora restaurar o Salão Nobre, que é uma joia. Fomos então à procura de patrocínios”, afirmou. Segundo ela, a captação de recursos envolveu o Banrisul, que destinou R$ 200 mil, e a Fecomércio-RS, com mais R$ 86 mil. “Com isso nós integralizamos o valor para arrumar o Salão Nobre, que na verdade precisa ter todo o telhado retirado, será colocado telhado novo, tesouras, tudo o que uma obra de restauro implica”, detalhou.
De Pelotas, especial para o Cidades

A Bibliotheca Pública Pelotense, um dos maiores símbolos históricos e culturais do Rio Grande do Sul, fechou temporariamente suas portas para a realização de obras de restauro em seu Salão Nobre. Localizada no coração de Pelotas, no Centro Histórico da cidade, a instituição se prepara para celebrar, em novembro, 150 anos de atividades ininterruptas. O prédio, inaugurado em 1875, abriga hoje mais de 150 mil exemplares, entre livros, jornais e obras raras, sendo um dos principais espaços de pesquisa e preservação da memória regional.

A presidente da instituição, Lisarb Crespo da Costa, explica que a intervenção era necessária para garantir a preservação do patrimônio. “Algum restauro já foi feito, mas nós precisávamos agora restaurar o Salão Nobre, que é uma joia. Fomos então à procura de patrocínios”, afirmou. Segundo ela, a captação de recursos envolveu o Banrisul, que destinou R$ 200 mil, e a Fecomércio-RS, com mais R$ 86 mil. “Com isso nós integralizamos o valor para arrumar o Salão Nobre, que na verdade precisa ter todo o telhado retirado, será colocado telhado novo, tesouras, tudo o que uma obra de restauro implica”, detalhou.
 
 
 
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O espaço, apesar de ser denominado “público”, não pertence ao poder público. Trata-se de uma entidade privada, mantida por cerca de mil associados, além de doações, projetos culturais e um repasse mensal de R$ 30 mil da Prefeitura de Pelotas. A mensalidade de associados é de R$ 20, valor que, segundo a presidente, não seria suficiente para manter a estrutura sem outras fontes de financiamento. “Nós dependemos sempre da ajuda. Conseguimos, com todas essas dificuldades, manter essa casa por 150 anos e pretendemos mantê-la por muito mais tempo”, destacou Costa, que está há 22 anos na presidência, em cargo não remunerado.

A Bibliotheca recebe diariamente cerca de 200 visitantes, entre estudantes, pesquisadores, leitores e moradores em busca de jornais do dia. Além da rotina interna, desenvolve atividades externas, como o “Bibliocanto”, um ônibus que leva livros, contação de histórias e atividades educativas às escolas municipais. O acervo preserva edições raras de periódicos como o Diário Popular desde sua primeira edição, o jornal Cabriola, de 1870, e coleções de outros veículos históricos. “Nós temos todos os públicos aqui: crianças, adolescentes, pesquisadores. Somos efetivamente os guardiões da história de Pelotas”, afirmou Costa.
Obra prevê a substituição de telhado, tesouras e forro, além de trabalhos de pintura e adequações estruturais para conter danos causados por cupins | Patricia Porciuncula/Especial/Cidades
Obra prevê a substituição de telhado, tesouras e forro, além de trabalhos de pintura e adequações estruturais para conter danos causados por cupins Patricia Porciuncula/Especial/Cidades


Um dos frequentadores assíduos é o professor e escritor Alcy Moraes, que utiliza o espaço para pesquisas sobre o Grêmio Atlético Farroupilha, clube que completa 100 anos em 2026. “Estou aqui há mais de um ano pesquisando e colhendo dados desde a fundação do clube até a presente data. A biblioteca é uma das coisas que, para nós pelotenses, orgulha muito”, afirmou. Ele destaca que a instituição possibilita acesso a documentos históricos fundamentais para projetos de pesquisa e produção literária.
Prédio, inaugurado em 1875, abriga hoje mais de 150 mil exemplares, entre livros, jornais e obras raras, sendo um dos principais espaços de pesquisa e preservação da memória regional | Patricia Porciuncula/Especial/Cidades
Prédio, inaugurado em 1875, abriga hoje mais de 150 mil exemplares, entre livros, jornais e obras raras, sendo um dos principais espaços de pesquisa e preservação da memória regional Patricia Porciuncula/Especial/Cidades


A intervenção no Salão Nobre deve durar cerca de um mês. A obra prevê a substituição de telhado, tesouras e forro, além de trabalhos de pintura e adequações estruturais para conter danos causados por cupins. A expectativa é que o espaço esteja reaberto a tempo das comemorações do sesquicentenário da instituição. “Esperamos que em um mês essa obra esteja pronta e nós possamos reabrir esse espaço maravilhoso e comemorar os nossos 150 anos com a dignidade que essa casa merece”, declarou o presidente.

Para além do restauro, a data simbólica reforça a relevância da Bibliotheca Pública Pelotense como patrimônio coletivo. Fundada em 1875 por iniciativa de moradores da cidade, permanece até hoje como espaço gratuito e acessível à população, sustentado pela mobilização comunitária. “A biblioteca é um símbolo do que uma comunidade, quando unida, pode fazer”, resume Lisarb Crespo da Costa.

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