Porto Alegre,

Publicada em 02 de Julho de 2025 às 16:21

Ufrgs vistoria campus da UCS para se instalar em Caxias do Sul

Comissão irá realizar vistoria técnica no antigo Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul

Comissão irá realizar vistoria técnica no antigo Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul

Adroaldo de Souza Pinto/Acervo UCS/Cidades
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Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
Uma comissão de profissionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) realiza, nesta quinta-feira (3), uma vistoria técnica no antigo Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul (UCS), como parte do processo de instalação de um novo campus federal. A ação integra o planejamento de expansão das universidades federais, previsto no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, que destina recursos à criação de 10 novos campi em regiões do país com baixa oferta de ensino superior público gratuito.
Uma comissão de profissionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) realiza, nesta quinta-feira (3), uma vistoria técnica no antigo Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul (UCS), como parte do processo de instalação de um novo campus federal. A ação integra o planejamento de expansão das universidades federais, previsto no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, que destina recursos à criação de 10 novos campi em regiões do país com baixa oferta de ensino superior público gratuito.
A proposta de instalação de um campus da Ufrgs na cidade foi selecionada para atender uma demanda histórica da região da Serra Gaúcha e é vista como uma oportunidade de ampliar o acesso à educação superior pública de qualidade no interior do estado. Segundo a coordenadora do processo, a professora Maria Beatriz Luce, ao menos R$ 60 milhões já estão reservados para investimentos iniciais em infraestrutura e contratação de pessoal, com a previsão de oferta de cinco a seis cursos de graduação a partir de 2026, com a geração de 400 vagas anuais.
Além disso, serão realizados processos para a seleção de 160 docentes e 140 servidores técnico-administrativos, via provimento de cargos por remoção interna, redistribuição a partir de outras unidades da federação e concurso público.
“Estamos avaliando a possibilidade de iniciar as atividades em instalações já existentes, o que pode acelerar a implementação. A visita ao prédio da UCS é um passo importante nesse sentido”, afirma Maria Beatriz. O espaço, localizado entre Caxias do Sul e Farroupilha, será analisado quanto à viabilidade estrutural, ambiental e patrimonial. A comitiva da Ufrgs inclui arquitetos, engenheiros, gestores de planejamento e representantes da assistência estudantil, em atenção à necessidade de oferecer refeitórios, moradia e apoio aos futuros estudantes.
A escolha de Caxias do Sul como sede do novo campus considera não apenas a baixa densidade de matrículas públicas na educação superior da Serra, mas também o potencial de desenvolvimento regional. Estudos conduzidos por professores da Faculdade de Ciências Econômicas da Ufrgs indicam que a instalação de uma universidade pública tende a gerar impacto positivo direto na economia, no mercado de trabalho e na retenção de jovens talentos na região.
Embora a definição de cursos ainda esteja em fase preliminar, a universidade já identificou áreas estratégicas para a Serra. Estão sendo consideradas formações nas engenharias, ciência da computação, sustentabilidade, agroecologia, produção de alimentos e formação de professores. A escolha levará em conta tanto a vocação econômica regional — com destaque para os setores metalmecânico e de alimentos — quanto a complementaridade com a oferta já existente de instituições como o Instituto Federal e a própria UCS.
“Queremos evitar sobreposição e garantir que os cursos oferecidos preencham lacunas reais de formação. A universidade também irá priorizar estudantes com maior necessidade de assistência estudantil, para que o acesso à educação pública seja efetivamente democrático”, explica Maria Beatriz, que também foi responsável pela implantação dos 10 campi da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), razão pela qual foi escolhida pela reitora da Ufrgs, Márcia Barbosa, para o atual processo.
A proposta inicial do projeto deve ser submetida ao Conselho Universitário da Ufrgs em agosto. Até o final do ano, a expectativa é concluir os planejamentos acadêmicos e estruturais, com definição dos primeiros cursos, número de vagas, e início dos processos administrativos para contratação de docentes e técnicos. Com isso, a universidade espera iniciar as atividades acadêmicas em 2026. “A ampliação do direito à educação superior gratuita é nosso compromisso central neste projeto. Esperamos que a comunidade da Serra acolha e participe ativamente desse processo”, conclui Maria Beatriz.

Novo campus na Serra conta com contribuição do setor produtivo da região

Celestino Oscar Loro, 
presidente da CIC Caxias do Sul

Celestino Oscar Loro, presidente da CIC Caxias do Sul

EVANDRO OLIVEIRA/JC
O projeto do Campus Serra da Ufrgs tem contado com o apoio e a mobilização de lideranças regionais. Para o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), Celestino Loro, a chegada da universidade representa uma oportunidade de formar mão de obra altamente qualificada em áreas essenciais para o avanço da competitividade da indústria local.
“Nossa principal demanda é por cursos alinhados à realidade do trabalhador. Precisamos de formação que seja compatível com a jornada de quem precisa trabalhar e estudar, e que forme profissionais aptos a atuar em setores como engenharia, software e design”, defende Loro. Ele também destaca a importância de a universidade dialogar com as empresas da região para calibrar a oferta de cursos à demanda do mercado.
Segundo Loro, a Serra já possui um ecossistema consolidado de ensino superior, mas a presença da Ufrgs pode preencher um espaço importante: o da educação pública gratuita, com excelência acadêmica. Ele também ressalta que, embora o impacto da chegada de um novo campus em uma cidade como Caxias seja proporcionalmente menor do que em municípios de pequeno porte, os efeitos sobre o desenvolvimento regional são significativos.

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