A história da pesquisa agropecuária, que completou 105 anos no dia 30 de maio deste ano, foi celebrada em evento na Casa de Cultura Frei Rovílio Costa, em Veranópolis, na Serra Gaúcha. Na ocasião, foi lançado um movimento para mobilizar parceiros para o restauro do Castelinho, um prédio de 1919, em estilo europeu, tombado como patrimônio municipal de Veranópolis. Ele fica dentro do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Fruticultura (Cefruti), vinculado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação e funcionou como a primeira sede da então Estação de Seleção de Sementes de Alfredo Chaves, em 1919.
A chefe do Cefruti e bióloga, Cláudia Fogaça, destacou que, ao longo de mais de um século de história, o Centro de Pesquisa de Veranópolis tem sido referência na pesquisa e inovação agrícola, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da região e do Estado. "Celebramos a fruticultura, iniciada em 1980 com a macieira, seguida por inúmeras outras culturas, tornando-se hoje o Cefruti, referência regional e estadual em estudos com frutíferas", afirmou Cláudia.
Ela alertou sobre a necessidade de olhar para o futuro. "Os desafios que nos aguardam incluem a necessidade de inovarmos ainda mais, de nos adaptarmos às mudanças climáticas, de incorporarmos novas tecnologias, encontrarmos soluções tecnológicas para os problemas do setor primário", complementou.. E é preciso fortalecer as parcerias para superar os desafios e as dificuldades e continuar promovendo avanços que beneficiem toda a sociedade", concluiu Cláudia.
A unidade de Veranópolis iniciou seus trabalhos com a cultura do trigo, no início da década de 1920, o que representou o primeiro registro de pesquisa com o cereal no País. Posteriormente, as pesquisas focaram no melhoramento genético do milho e da soja, sendo que algumas das primeiras cultivares, lançadas no Estado nas décadas de 1930 e 1940, foram desenvolvidas no Cefruti. A unidade também fez pesquisas com outras culturas anuais a partir da década de 1960, entre elas feijão, sorgo, mamona, girassol e batata-doce.
A partir da década de 1980, por demanda regional, especialmente relacionada à cultura da macieira, o Centro iniciou suas atividades de pesquisas com fruticultura. Tais pesquisas se intensificaram e passaram a abordar demais frutíferas de clima temperado em função da localização estratégica do Centro de Pesquisa na região da Encosta Superior da Serra do Nordeste (Serra Gaúcha).
Atualmente, as ações de pesquisa da unidade caracterizam-na como centro de referência do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária em fruticultura de clima temperado. As principais linhas de pesquisa abrangem melhoramento genético, fisiologia e manejo vegetal e agrometeorologia e sensoriamento remoto, visando ao fortalecimento de cadeias produtivas frutícolas, sejam elas emergentes ou consolidadas, no Rio Grande do Sul.