Porto Alegre,

Publicada em 27 de Maio de 2025 às 00:30

Ferramenta da UFSM auxilia no monitoramento da gripe aviária

Uso de aplicativo auxiliou órgãos de defesa sanitária a mapear e monitorar a doença em Montenegro

Uso de aplicativo auxiliou órgãos de defesa sanitária a mapear e monitorar a doença em Montenegro

/Wenderson Araujo/Trilux/CNA/JC
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Jornal Cidades
No dia 15 de maio, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) identificou o primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1), comumente conhecida como gripe aviária, em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. As ocorrências registradas anteriormente foram em aves silvestres. A detecção do foco ocorreu no dia seguinte, no município de Montenegro
No dia 15 de maio, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) identificou o primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1), comumente conhecida como gripe aviária, em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. As ocorrências registradas anteriormente foram em aves silvestres. A detecção do foco ocorreu no dia seguinte, no município de Montenegro
O Laboratório de Computação Ubíqua, Móvel e Aplicada (Lumac), coordenado pelo professor Alencar Machado, do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) desenvolveu um software para a investigação de focos de doenças como a gripe aviária no ano passado. Ainda em 2024, a ferramenta, na Plataforma de Defesa Sanitária Animal, também foi utilizada para controlar a doença de Newcastle na cidade de Anta Gorda. Agora o aplicativo está sendo usado por equipes sanitárias em Montenegro para mapear e monitorar a doença.
O software foi criado para a gestão de emergências de eventos sanitários. A ferramenta em si é a mesma de 2024, mas o conjunto de funcionalidades varia de acordo com cada ocorrência. "O que muda é que a cada evento sanitário nós aprendemos mais sobre ele e, a partir disso, a gente está tendo oportunidades de conseguir melhorar a captação da informação e a análise e projeção dela para tomar decisão", conta o professor Alencar Machado.
A equipe do Lumac deslocou-se até Montenegro e o professor explica o porquê. "Vai corrigindo, ajustando e fazendo melhorias durante o evento sanitário, de coisas mais objetivas que entregam rapidamente informação trabalhada para eles. Porém, quando acabar esse evento sanitário, nós temos uma lista gigante de melhorias, de coisas mais complexas e mais demoradas de fazer. Para a gente já, no próximo evento sanitário, ter uma ferramenta em uma nova versão melhorada", afirma.
A plataforma é composta por um sistema web e um sistema mobile (o aplicativo). Ela é usada a partir do momento em que existe uma suspeita, ou seja, sinais clínicos nas aves, evidenciados por um médico veterinário, que coleta o material das aves e envia para um laboratório. A partir desta etapa, a ferramenta já começa a ser utilizada para entender onde está localizada a suspeita do foco.
Com a pré-confirmação do evento sanitário, é possível analisar o tamanho do trabalho que vai existir a campo. Com a confirmação, começa uma segunda parte da ferramenta: a modelagem dos raios. Serve para determinar zonas onde as equipes vão começar a fazer visitas nas propriedades, para verificar se existem aves com sinais clínicos de mortalidade, para poder determinar se a doença está se espalhando ao redor daquela que foi identificada como foco. O software também gerencia os convocados que devem ir para o foco.
Caso tenha aves, o grupo adentra a propriedade para poder ter uma visão ocular delas. Eles tiram fotos e fazem um levantamento de evidências pelo aplicativo. A partir disso, coletadas essas informações em tempo real, elas são transmitidas para o QG.

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