Pela primeira vez, a Universidade Federal de Pelotas será a instituição sede de um projeto financiado pelo programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). Intitulado INCT de Vacinas Veterinárias, a iniciativa reunirá pesquisadores da própria UFPel e de uma série de outras organizações do Brasil e do exterior, liderados pelo professor Odir Dellagostin. O objetivo é desenvolver soluções inovadoras para prevenção de doenças em animais de produção. Para tanto, o projeto receberá um apoio financeiro na casa de quase R$ 15 milhões, que financiará a pesquisa por 15 anos.
A proposta enviada pela UFPel obteve a nota máxima no contexto da chamada pública destinada à seleção de novos projetos para o programa, realizada durante o ano de 2024. Os resultados foram divulgados no final de março. Para esta edição, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e seus parceiros destinaram um montante de R$ 1,5 bilhão para o financiamento de pesquisas, cujo maior aporte de recursos vem do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
O projeto da universidade em Pelotas buscará o desenvolvimento de imunizantes voltados para animais de produção, mas não apenas estes; prevê-se, também, a criação de kits diagnósticos e outros tipos de bioinsumos veterinários. Tais tecnologias serão voltadas para doenças de grande impacto no contexto da pecuária e na saúde pública. Algumas delas ainda serão inéditas, como para a enterite necrótica aviária, a rodococose equina, a enteropatia proliferativa suína e a esporotricose felina; entretanto, serão buscadas otimização de vacinas para doenças para as quais estas já existem, como a leptospirose, a raiva silvestre e outras.
Para chegar a esse resultado, será utilizada a tecnologia conhecida como vacina recombinante. Ela é desenvolvida a partir do uso de técnicas de engenharia genética, ou seja, de manipulação do DNA do agente causador. Os genes são manipulados para que produzam uma molécula que estimule a resposta imune do animal.