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TURISMO Notícia da edição impressa de 20 de Outubro de 2023.

Trade turístico do Vale do Taquari aguarda pela retomada após enchente

Empresários enfrentam dificuldade para atrair consumidores para a região.

Empresários enfrentam dificuldade para atrair consumidores para a região.


EVANDRO OLIVEIRA/JC
 A Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (Setur), em parceria com a Associação de Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), publicou um diagnóstico sobre os empreendimentos ligados ao turismo no Vale do Taquari após a histórica enchente que atingiu toda a região em setembro. A pesquisa foi realizada com 51 empresas entre os dias 22 a 27 de setembro, com o objetivo de levantar dados, monitorar e direcionar ações para auxiliar os empresários da região que sofreram perdas por conta da enxurrada.
 A Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (Setur), em parceria com a Associação de Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), publicou um diagnóstico sobre os empreendimentos ligados ao turismo no Vale do Taquari após a histórica enchente que atingiu toda a região em setembro. A pesquisa foi realizada com 51 empresas entre os dias 22 a 27 de setembro, com o objetivo de levantar dados, monitorar e direcionar ações para auxiliar os empresários da região que sofreram perdas por conta da enxurrada.
O estudo segmentou as empresas por municípios, área de atuação, porte financeiro, número de funcionários, prejuízos financeiros e estruturais e expectativa de retomada. De acordo com a Setur, o foco foi analisar, de forma efetiva, o tamanho dos danos causados pela cheia do rio Taquari. Os dados da pesquisa apontam que 76,1% das empresas tiveram prejuízo de até R$ 50 mil, e 61,7% dos empreendedores perderam fluxo turístico durante o período, o que demonstra as dificuldades enfrentadas pelos municípios ao atrair os turistas e consumidores para a região após as chuvas. Além disso, no mês passado, mais de 81% das empresas registraram quedas superiores a 50% do faturamento.
Para atender às demandas dos empresários, a pesquisa aponta que quatro em cada 10 dos estabelecimentos necessitam de créditos ou financiamento de mais de R$ 200 mil, valores que seriam destinados a ajudar na cobertura dos prejuízos e na retomada dos negócios. Para amenizar a situação, esta semana o comitê gestor das doações feitas pelo pix SOS Rio Grande do Sul finalizou o levantamento de novos beneficiários em municípios atingidos. Mais 595 donos de pequenos negócios em quatro cidades (Muçum, Roca Sales, Encantado e Santa Tereza)serão contemplados. Cada um receberá R$ 2.5 mil.
Muçum, que já teve 159 pessoas beneficiadas no início de outubro, terá mais 100 desta vez, depois de nova verificação de dados dos cadastrados. Em Encantado serão 250; em Roca Sales, 185; e em Santa Tereza, 60. Com a finalização do mapeamento, inicia-se a fase de preparação para os pagamentos.
Segundo Luiz Fernando Rodrigues, secretário da Setur, há uma reunião marcada para o dia 25 de outubro, em que estarão reunidos os titulares de outras pastas estaduais, com o objetivo de discutir medidas voltadas aos empreendimentos do Vale do Taquari e quais ações serão promovidas para auxiliar os empresários atingidos. "O trade turístico vai buscar linhas de financiamento para a retomada. Serão valores que o próprio setor terá condições de pagar", afirma. De acordo com o titular da pasta, o governo quer garantir aos empresários que os turistas poderão desfrutar da região sem preocupações. "Estamos empenhados em reconstruir e aumentar o fluxo turístico na região nos próximos meses", finaliza o secretário.
 

Queremos mostrar que a região não é terra arrasada, diz presidente da Amturvales

Na esteira da recuperação da região após as chuvas, o presidente da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), Charles Rossner, afirmou que a entidade, junto com as prefeituras, está trabalhando em um plano de retomada para o setor ainda em 2023. A ideia é anunciar, em novembro, um grande evento de fim de ano que envolva as cidades do Vale do Taquari para, principalmente, mostrar aos visitantes que os atrativos turísticos da região estão em operação - e que setores como hotéis e restaurantes podem voltar a receber os turistas.
Conforme Rossner, o maior impacto causado pela cheia de setembro do rio Taquari na parte turística foi em áreas de uso comum, como praças e parques das cidades. Em algumas delas - cita como exemplo Estrela e Lajeado - esses locais já foram liberados, ou estão em processo de reabertura ao público. No entanto, os demais atrativos que servem de apoio aos turistas já voltaram a operar.
"O Cristo Protetor, em Encantado, e o Trem dos Vales tiveram um período sem visitação, mas todos os acessos a eles, bem como a estrutura para os turistas está em funcionamento. Algumas cidades estão com situação mais grave, como Roca Sales e Muçum, mas não reflete toda a região", explica.
De acordo com levantamento feito pela Amturvales, o fechamento desses dois atrativos, em específico, causou um prejuízo estimado de R$ 5 milhões ao trade turístico. O presidente da entidade conta que, mesmo após a reabertura, os clientes estiveram receosos de comparecer nas reservas feitas, que foram canceladas ou adiadas. "E não somente para o Cristo e o Trem, mas reservas em hotéis e restaurantes também foram desfeitas", conta. 
Para o líder da associação, são três pilares necessários para a retomada: a liberação de crédito de forma menos burocrática aos empreendedores, elaboração de um plano de apoio aos negócios, que deve ser feito com o Sebrae e o que ele chama da "retomada da normalidade" na região. "Queremos mostrar, nas próximas semanas, que o Vale do Taquari não é terra arrasada, ao menos no setor turístico. Há, ainda, muito o que fazer na questão de habitação, por exemplo, mas o nosso segmento precisa dos turistas novamente. É um 'dinheiro novo', que vai ajudar a todos', conclui.
 

Dono de restaurante em Roca Sales pretende se mudar da cidade

Restaurante destruído em Roca Sales vai reabrir em Encantado.

Restaurante destruído em Roca Sales vai reabrir em Encantado.


DIEGO POLETTI/DIVULGAÇÃO/CIDADES
No município de Roca Sales, um dos mais atingidos pelas chuvas, o empresário Diego Poletti, de 33 anos, era proprietário de um restaurante de comida asiática, que foi afetado pelo desastre natural. O Sushi Go tinha sete anos e começou de forma caseira - segundo o dono do estabelecimento, ele mesmo preparava os pratos e realizava as entregas. Porém, os danos causados devem levá-lo a mudar até mesmo de cidade.
Diego conta que, quando o nível rio Taquari começou a subir a primeira atitude foi tentar salvar os móveis, insumos perecíveis e objetos. "Só conseguimos ter noção dos danos quando a água baixou. Tínhamos geladeiras e fogões amassados, mesas e cadeiras inutilizadas. Tentamos salvar o que era possível e eu tinha um estoque recente de encomendas de refrigerante e cerveja. Infelizmente perdemos muita coisa, quase nada foi aproveitado", disse.
De acordo com o proprietário, o estabelecimento funcionava de terça a domingo e atendia, em média, 15 à 30 pessoas por dia, sem contar os pedidos feitos através de delivery, "Sexta, sábado e domingo atendíamos mais de 50 pessoas", conta. Poletti afirma que o Sushi Go rendia cerca de R$ 180 à R$ 200 mil por mês. Ele avalia os estragos causados pela enchente em R$ 400 mil.
Segundo o empresário, a parte estrutural do restaurante foi comprometida pela força da água e da lama, que chegou a mais de dois metros de altura. Após o episódio, ele disse que está trabalhando para reabrir o restaurante de Encantado, em novembro. Diego afirma que os clientes e turistas perderam a confiança nos restaurantes de Roca Sales porque, segundo ele, o cheiro e o acúmulo de lixo nas ruas "tornam inviável" a manutenção do estabelecimento na cidade. "Por mais que a limpeza fosse feita, o ambiente seguia parecendo insalubre e o freguês não sentia vontade de entrar no local", finaliza.  
 
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