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Litoral Norte Notícia da edição impressa de 10 de Agosto de 2023.

Arte com o butiá virará patrimônio cultural do Estado

Processo é feito por famílias de Torres há mais de 150 anos e será reconhecido, agora, em nível estadual

Processo é feito por famílias de Torres há mais de 150 anos e será reconhecido, agora, em nível estadual


/Instituto Curicaca/DIVULGAÇÃO/CIDADES
O modo único de produzir artesanato a partir da palha do butiá na região de Torres, Litoral Norte, será oficializado como o segundo patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. No próximo dia 17 de agosto, às 14h, o governador Eduardo Leite e a secretária estadual de Cultura, Beatriz Araújo, oficializam o ato no Memorial do Rio Grande do Sul.
O modo único de produzir artesanato a partir da palha do butiá na região de Torres, Litoral Norte, será oficializado como o segundo patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. No próximo dia 17 de agosto, às 14h, o governador Eduardo Leite e a secretária estadual de Cultura, Beatriz Araújo, oficializam o ato no Memorial do Rio Grande do Sul.
O processo para que a cultura, transmitida de mãe para filha, por seis gerações de famílias rurais de Torres, há 150 anos, fosse reconhecido como um patrimônio cultural iniciou há 20 anos pelo Instituto Curicaca, em uma importante parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE). "A arte a partir da palha do butiá possui uma rede de significados históricos, econômicos, sociais, ecológicos, estéticos e afetivos em uma territorialidade própria, que é o ecossistema dos butiazais", diz a coordenadora de Educação e Cultura do Instituto Curicaca, Patrícia Bohrer.
Além da preservação da cultura e da valorização econômica dos produtos artesanais locais, o reconhecimento da arte desenvolvida pelas mulheres de Torres é encarado como uma vitória na busca da preservação ambiental dos butiazais no Litoral Norte. Isso porque o trabalho manual tem como matéria-prima fundamental as folhas secas e tratadas dos butiás. A partir delas, é feita a trança, que é elemento central na produção de chapéus, bolsas e tapetes.
"Na infância, quando elas aprenderam o ofício, o trançar aliava-se a brincadeiras, na adolescência, ao acolhimento e à diversão, na idade adulta, uma importante fonte de renda para vestuário e os livros dos filhos, e quando idosas, as artesãs têm nesta arte uma forma de terapia e de cultivar boas lembranças", valoriza Patrícia Bohrer.
A pesquisa do Instituto Curicaca com as famílias rurais locais iniciou logo após a criação do Parque Estadual de Itapeva, quando ficou claro para os pesquisadores que as vozes das artesãs estavam sendo inviabilizadas e o bem cultural representado por elas estava em risco. Como define o coordenador técnico do Instituto Curicaca, Alexandre Krob, a transmissão entre gerações está frágil. "Os butiazais são um ecossistema em extinção, por isso, a proposta técnica já incluiu um plano de salvaguarda com diversas ações incluem parceiros públicos e privados", explicou.
Em junho, o governo estadual oficializou a erva-mate como o primeiro patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. Quando um bem se torna patrimônio cultural significa que ele tem relevância artística, histórica e social para ser perpetuado. No caso de bens materiais, como conjuntos arquitetônicos, jardins e obras de arte, ocorre o tombamento. Quando se trata de bens de natureza imaterial, tem-se o registro e o compromisso de preservação da sua prática e memória.
 
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