Isadora Jacoby

O Benê abriu há pouco mais de dois meses no Litoral Norte

Novo espaço de Capão da Canoa pretende ser 'a portinha da felicidade'

Isadora Jacoby

O Benê abriu há pouco mais de dois meses no Litoral Norte

Criar um espaço cheio de propósito, reunindo as experiências vividas em 16 anos de empreendedorismo e gastronomia. Esse foi o objetivo de Tatiana Benedetti, que inaugurou, em outubro, o Benê - A portinha da felicidade em Capão da Canoa. O foco do espaço é a fermentação natural, com pizzas e sanduíches como carro-chefe, mas o que chama atenção de quem passa pelo número 1.992 da rua Ceci é a relação da empreendedora com o negócio, que opera de quarta-feira a sábado mesmo na alta temporada. "Sou uma pessoa inquieta para produzir, e me deu vontade de abrir uma nova portinha para que eu pudesse ser eu, sem esse apelo comercial. Queria que esse negócio se encaixasse na vida que escolhi viver agora", afirma Tatiana. 
Criar um espaço cheio de propósito, reunindo as experiências vividas em 16 anos de empreendedorismo e gastronomia. Esse foi o objetivo de Tatiana Benedetti, que inaugurou, em outubro, o Benê - A portinha da felicidade em Capão da Canoa. O foco do espaço é a fermentação natural, com pizzas e sanduíches como carro-chefe, mas o que chama atenção de quem passa pelo número 1.992 da rua Ceci é a relação da empreendedora com o negócio, que opera de quarta-feira a sábado mesmo na alta temporada. "Sou uma pessoa inquieta para produzir, e me deu vontade de abrir uma nova portinha para que eu pudesse ser eu, sem esse apelo comercial. Queria que esse negócio se encaixasse na vida que escolhi viver agora", afirma Tatiana. 
Nem cafeteria, nem restaurante. Tatiana afasta rótulos do seu negócio para que possa explorar todas as possibilidades. "Aqui faço o que a minha criatividade e a sazonalidade dos produtos da região me permitem", diz. Funcionando em dois turnos, das 10h às 14h e das 17h30min às 22h30min, o Benê ficou mais conhecido pelo seu sobrenome: A portinha da felicidade. O nome traduz o objetivo de Tatiana ao empreender agora. Depois de ter negócios em outras cidades, como Porto Alegre, Igrejinha e Florianópolis, ela chegou até Capão da Canoa após passar uma temporada trabalhando em um sítio de turismo rural em Garopaba. Foi lá que teve o primeiro contato com a fermentação natural, que se tornou o eixo do novo negócio. "Ganhei uma isca de fermento e comecei a testar. Passei um ano fazendo pizza, focaccia. Foi quando tive a ideia de trazer para cá a fermentação natural. De mudar o negócio para fazer parte dessa vida que eu escolhi, produzindo o meu próprio pão, massas, sem depender de fábricas. Temos algumas parcerias para alguns pães diferentes com um pessoal local, mas a maior parte sou eu que faço", conta. 
Colocar a mão na massa, aliás, não ficou só na produção do cardápio. Toda a obra do espaço foi feita por Tatiana, que se orgulha de cada cantinho do lugar que ainda está tomando forma. "Tudo que vocês estão vendo aqui fui eu que fiz: as divisórias, o pergolado, o balcão, a pintura", descreve a empreendedora sobre o espaço, que em breve ganhará um incremento na área externa: um parklet, cercado de plantas, desenvolvido em parceria com a cervejaria Narcose, também de Capão. 
LUIZA PRADO/JC
As referências italianas do cardápio, conta Tatiana, são uma forma de resgatar sua ancestralidade e o seu primeiro contato com a gastronomia, que foi dentro de casa com a família. "Tem essa pegada porque sou descendente de italianos, sou do interior, natural de Rolante. Tem uma porção de cuca com linguiça no cardápio porque Rolante é a capital da cuca", pontua a empreendedora, que incluiu opções para brunch no cardápio. 
Principalmente no Litoral, onde, na alta temporada, é comum negócios operarem todos os dias da semana, a escolha de funcionar menos dias chama a atenção. A chef conta que há muitos motivos por trás dessa decisão, como oferecer mais qualidade de vida para a equipe e, ainda, respeitar a maneira como deseja seguir seu rumo.
"Escolhi ter um estilo de vida sem correria, sem trabalhar só pelo dinheiro. Um senhor veio aqui e me cobrou que, no verão, tenho que abrir todos os domingos. Falei que gosto do dinheiro, de tudo que ele me proporciona, mas que estou passando o dinheiro do domingo porque é um dia que escolhi sair, passear, ir para a natureza", explica.
LUIZA PRADO/JC
Poder operar dessa forma, conta a empreendedora, é uma consequência de uma longa trajetória à frente de negócios. "Faz 16 anos que eu cozinho e empreendo. Tive a oportunidade de vender alguns negócios bem sucedidos, então consegui ter recursos para isso", pontua Tatiana, ponderando, no entanto, que abrir menos dias não significa ter um fluxo menor de clientes. "No andar da minha carruagem, descobri que o mesmo fluxo de abrir seis dias, conseguimos ter em quatro dias. Eu não trabalho com medo. As pessoas trabalham com muito medo, se perguntando se não abrir hoje, amanhã as pessoas não vão vir. Mas elas vêm. Se tu fazes um produto de qualidade, com amor, com carinho, que as pessoas gostem e reconheçam, elas vêm, não importa o dia da semana. Ao invés de vir 20 pessoas cada dia da semana, vem 40 cada dia que se abre. Então, tu consegues enxugar tudo para aqueles quatro dias e ainda teus funcionários têm uma folga e voltam na outra semana muito mais felizes. Com isso, consigo manter a equipe, porque valoriza o pessoal", acredita. 
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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