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CORONAVÍRUS Notícia da edição impressa de 03 de Agosto de 2020.

Conheça as cidades gaúchas que ainda não tiveram casos de Covid-19

Municípios como Putinga, localizado no Vale do Taquari, apostam em um controle rigoroso desde março

Municípios como Putinga, localizado no Vale do Taquari, apostam em um controle rigoroso desde março


/STUDIO BASTIAN/DIVULGAÇÃO/CIDADES
A pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil em fevereiro, com o primeiro caso confirmado em São Paulo. Desde lá, são quase três milhões de infectados e cerca de 93 mil óbitos por conta da Covid-19. No Rio Grande do Sul, a secretaria estadual da Saúde confirmou o primeiro paciente no dia 10 março. Desde então, o Estado contabiliza 67 mil casos, e o número de falecimentos pela doença beira os 2.000.
A pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil em fevereiro, com o primeiro caso confirmado em São Paulo. Desde lá, são quase três milhões de infectados e cerca de 93 mil óbitos por conta da Covid-19. No Rio Grande do Sul, a secretaria estadual da Saúde confirmou o primeiro paciente no dia 10 março. Desde então, o Estado contabiliza 67 mil casos, e o número de falecimentos pela doença beira os 2.000.
Pelo levantamento da pasta, até o fechamento desta edição apenas 30 municípios gaúchos ainda não haviam tido registros de pessoas com a doença. Isso significa 6% das 497 cidades. No auge da contaminação pelo vírus, o Jornal Cidades foi conhecer a realidade de três comunidades para saber: afinal, por que a doença que assombra o mundo não chegou até lá?
Entre Aceguá, Rolador e Putinga, há semelhanças. São cidades com população pequena, com poucos recursos na área da saúde e com uma predominância de idosos, listados no grupo de risco. No entanto, cada uma adotou uma estratégia própria para evitar que a pandemia se instale no território e atinja a comunidade.

Parceria com a homônima uruguaia aumenta o controle em Aceguá

O município de Aceguá, que fica no sul do Estado, tem na parceria com sua homônima uruguaia uma das principais armas para chegar ao número zero de casos de Covid-19. O trânsito de pessoas na fronteira seca é grande diariamente, seja de pessoas do Uruguai, que chegam à cidade para trabalhar ou fazer compras, seja de brasileiros, que vão ao outro lado para as residências, visitar amigos ou buscar oportunidades.
 Com população de 4,9 mil pessoas, a brasileira Aceguá adotou, desde março, protocolos para monitorar pessoas com síndrome gripal. As primeiras medidas envolveram afastar pessoas do grupo de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas. Pessoas com sintomas eram indicadas a fazer um período de quarentena por 14 dias. Durante o período, ela era testada para saber se havia contraído a Covid-19. Desde então, foram feitos 226 testes (o que significa que uma em cada 21 pessoas da cidade fizeram os exames), sem nenhum caso positivo.
Além disso, a prefeitura e os órgãos de saúde municipal se reuniram com o Ministério da Saúde do Uruguai para criar um plano conjunto de enfrentamento ao coronavírus. O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, foi até Aceguá para uma reunião em maio, a fim de alinhar as medidas com o governo local. O diretor técnico da secretaria de saúde da cidade, Diego Codevilla, conta que já existe uma cooperação binacional na área há bastante tempo, e que essa parceria foi fundamental para o controle da doença no Brasil e no Uruguai. "Somos um município de fronteira. Não adianta cuidarmos só do nosso lado e não dialogarmos com os vizinhos. Felizmente, temos uma comunicação aberta com eles e isso nos ajudou bastante", explica.
Codevilla afirma que pessoas vindas de fora da cidade ou que fizeram visitas aos parentes ou amigos de um lado ou de outro da fronteira são monitoradas. Aceguá também instituiu rodadas de testagem em públicos cuja possibilidade de infecção é maior, como profissionais de saúde, frentistas e trabalhadores do comércio. No início da pandemia, a preocupação era com a vizinha Bagé. A cidade foi uma das que mais registrou casos no Estado.  
O prefeito de Aceguá, Gerhard Martens, médico e cirurgião vascular, saudou a parceria com os uruguaios, que envolveu até o envio de lotes da vacina contra a Influenza para a cidade. Foram 400 doses mandadas pelo governo do Uruguai. "Fizemos um monitoramento permanente na cidade e, acredito que por isso, chegamos até aqui sem casos", disse o prefeito.

Rolador aposta no monitoramento total da população para identificar suspeitos

Idosos, que são do grupo de risco, são dois terços dos habitantes da cidade

Idosos, que são do grupo de risco, são dois terços dos habitantes da cidade


/MICHEL CORVELLO/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Emancipada de São Luiz Gonzaga em 1996, a pequena cidade de Rolador, nas Missões, tem uma população de 2,3 mil pessoas composta, majoritariamente, por idosos. Cerca de dois terços das pessoas que vivem na cidade têm mais de 60 anos, algo até certo ponto preocupante, pois essa faixa etária está dentre os grupos de risco para quadros mais graves de síndromes gripais. Por isso, a Saúde do município precisou fazer um controle rigoroso para evitar que o primeiro caso chegasse à cidade.
A enfermeira chefe da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Rolador, Cristiane Nunes Mayer, conta que desde março é feita uma busca ativa por pessoas que saíram da cidade e/ou tiveram contato com moradores de outras cidades. Foi criado um protocolo de quarentena para quem chega de fora. Conforme o boletim epidemiológico mais recente da secretaria de saúde, foram realizados 32 testes rápidos (média de um em cada 71 habitantes), sem resultados positivos.
Cristiane salienta que, em 2020, percebeu uma queda acentuada no número de pacientes com síndromes gripais no posto em relação aos anos anteriores. Para ela, o uso de máscaras e o isolamento social contribuíram para esse quadro. "A circulação de pessoas reduziu. Além disso, com as máscaras, torna-se mais difícil o contágio por causa da proteção. Começamos cedo com a obrigatoriedade, já em março. Outro fator que contribui é a suspensão das aulas, pois as crianças acabam sendo vetores", explica.
A enfermeira reitera que os agentes de saúde percorrem as casas com instruções aos moradores para a prevenção. Dentre elas, estão a recomendação de não fazer viagens e evitar o deslocamento até Cerro Largo e São Luiz Gonzaga, cidades próximas de Rolador. "Temos uma realidade de município pequeno, é mais fácil controlarmos a população e isolarmos suspeitos", afirma.
 

Queremos passar pela pandemia com o menor dano possível, diz médico de Putinga

Integrante do Vale do Taquari, região com alto número de casos - e com surtos, principalmente em frigoríficos - a cidade de Putinga chama a atenção por passar incólume pelo registro de casos de Covid-19 até agora. No informe semanal sobre a doença, emitido pela secretaria de Saúde sempre às quintas-feiras, são 10 suspeitos monitorados. Além disso, 21 pessoas estão em isolamento domiciliar. No município, dos 3,9 mil habitantes, 30 foram testados para a doença (um a cada 130).
Putinga tem um hospital para atender casos de pequena e média complexidade, o Doutor Óscar Benévolo. Nele, foram criados dois leitos exclusivos para pacientes infectados pelo coronavírus, mas os leitos ainda não foram utilizados. A cidade recebeu também um respirador. Casos mais graves são levados para tratamento em outras localidades.
 Para o médico da instituição, Paulo Lima, que integra o comitê de controle à doença, é improvável que Putinga não registre ao menos um caso, em razão da alta circulação do vírus. O objetivo, segundo ele, é controlar os danos. "Temos uma estrutura para casos menos complexos. Queremos evitar, se a doença chegar aqui, que precisemos de internações em UTI e minimizar o dano à população", afirma.
Paulo ressalta que o número zero de casos não pode se refletir em relaxamento das medidas já consagradas, como higienização constante, uso do álcool em gel, isolamento e distanciamento social por parte da população. "Queremos terminar a pandemia zerados, mas, para isso, dependemos da comunidade", enfatizou.
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