Um grupo de empreendedores gaúchos e paulistas lançou a WeConecta, plataforma digital para o diagnóstico precoce de doenças não comunicáveis, como câncer, diabetes, de coração e nos pulmões. O foco atual do projeto, que funciona através de um site e interações pelo WhatsApp, é o câncer de mama.
“Durante a pandemia, a população ficou mais digital, e o uso do WhatsApp se tornou a principal ferramenta de comunicação. Cerca de 99,9% da população faz uso da ferramenta hoje no Brasil”, aponta uma das fundadoras da WeConecta, Viviane Marques.
Neste mesmo contexto, a busca por exames e consultas preventivas caiu mais de 49% entre 2020 e 2021. As mulheres deixaram de fazer até a visita ao ginecologista, segundo Viviane, que é o profissional de entrada que pode auxiliar a identificar os sintomas.
Com as pessoas mais em casa, os sócios da WeConecta enxergaram a importância da Inteligência Artificial para detectar doenças em estágio inicial. Por isso, lançaram o avatar Victoria, que ajuda os usuários e usuárias a fazerem a trilha da plataforma (www.weconecta.com).
“A Victoria existe hoje para ajudar aquela mulher que não tem para quem pedir ajuda, está perdida, sem referência de contato. Através de um algoritmo, ensinamos a Victoria quais são os padrões de risco dentro dos comportamentos de saúde para o desenvolvimento do câncer de mama. Depois, em uma conversa via WhatsApp, conseguimos mitigar as barreiras de engajamento para orientar, educar, engajar e indicar o melhor caminho para prevenção e diagnóstico precoce”, detalha Viviane.
"Nosso produto envolve um médico na fase 3. Depois que a Victoria entende os comportamentos de risco, tem um encaminhamento de retorno, que sempre envolve um profissional. Se tem risco alto, envolve o médico pois ele faz o pedido para especialistas. Se é empresa, entra o médico do trabalho. Se é plano, envolve o médico da família", explica.
A solução é voltada para médicos, pacientes e não pacientes. Nessa última categoria, entram aqueles que não têm nenhum sintoma evidente de uma doença crônica. “Nosso engajamento é mais difícil e estratégico, orientamos pessoas que até então se acham saudáveis, e fazemos com que olhem para sua saúde com mais responsabilidade”, destaca a empreendedora.
O projeto, que não cobra pelo acesso à ferramenta, se sustenta com o investimento de empresas interessadas em apoiar a iniciativa e em branding. Para as companhias, há a opção, ainda, de pagamento por pessoa com acesso à ferramenta para gerar mais qualidade de vida aos colaboradores, reduzindo custos com planos de saúde e fraudes.
A WeConecta começou a operar em 2021, no auge da segunda onda da pandemia, mas a ideia está em desenvolvimento desde 2020. O grupo é composto por três sócios, Felipe Amaral dos Santos, Giuliano Ribeiro e Alessandra Viviane Marques, e três advisors, Maira Caleffi, Marcos Prospero e Fabio Rosseto, que ajudam no relacionamento com o mercado.
“Em 2022, esperamos atingir mais de 10 mil mulheres para orientá-las no diagnóstico precoce do câncer de mama, além de orientação sobre rastreamento genético como alternativa devidamente orientada para os casos que identificarmos dentro da nossa plataforma”, planeja Viviane.