Isadora Jacoby

O Mercado Pelado reúne itens de diversos segmentos, apostando na redução do uso de embalagens

Empreendedora abre mercado de produtos ecológicos a granel no Bom Fim

Isadora Jacoby

O Mercado Pelado reúne itens de diversos segmentos, apostando na redução do uso de embalagens

O número 32 da rua Bento Figueiredo, no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, ganhou uma nova operação há pouco mais de um mês. O Mercado Pelado reúne produtos de diferentes segmentos, como higiene, limpeza, maquiagem e alimentos, com o propósito de usar o mínimo possível de embalagens. Por isso, é possível comprar kombucha e até detergente ecológico a granel. 
O número 32 da rua Bento Figueiredo, no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, ganhou uma nova operação há pouco mais de um mês. O Mercado Pelado reúne produtos de diferentes segmentos, como higiene, limpeza, maquiagem e alimentos, com o propósito de usar o mínimo possível de embalagens. Por isso, é possível comprar kombucha e até detergente ecológico a granel. 
O espaço foi criado pela empreendedora Priscila Leal Marques, 29 anos. Jornalista por formação, ela conta que a ideia surgiu a partir da sua própria experiência como consumidora. Quando deixou de comer carne e passou a repensar sua forma de consumo, teve dificuldade de encontrar produtos bons, de marcas locais, que tivessem a sustentabilidade como norte. "Sentia falta de um lugar que englobasse tudo, que tivesse a possibilidade para as pessoas perceberem que tem outro jeito de consumir, que dá para fazer diferente. Queria que não precisasse ser para todo mundo a dificuldade que foi para mim encontrar esses produtos", conta. 
No projeto inicial, o prognóstico era que o Mercado Pelado tivesse começado a operar em março de 2020 em outro endereço. A pandemia fez com que a empreendedora desse um passo para trás e reestruturasse o negócio antes mesmo de abrir. "Tive que repensar tudo. Tinha um aluguel em outro ponto, e tive que me adaptar para esse novo espaço, mas que acabou sendo o ideal. A Bento Figueiredo foi uma felicidade porque encontrei um espaço que funcionava com os móveis que já tinha. A casa tem tudo a ver. Gosto muito da ideia de usar o velho e dar um novo sentido, uma nova vida. Isso é parte do conceito da sustentabilidade: não ir sempre para o novo e tentar pegar o que já existe e alterar", pontua a empreendedora sobre a casa antiga que abriga o mercado, ressaltando que o negócio encontrou ressonância no perfil dos moradores do bairro. "O Bom Fim é o único bairro em que, pelo menos de começo, isso fazia sentido. É um lugar em que as pessoas estão na rua, tendem a ter um consumo mais consciente, tem a Feira Ecológica que acontece aos sábados. Vejo os clientes nos procurando não só porque viram nas redes sociais, mas as pessoas do bairro são muito empolgadas com ideias e lugares novos surgindo ali, e também com o conceito da loja", comemora Priscila.
MERCADO PELADO/DIVULGAÇÃO/JC
O nome, Mercado Pelado, faz alusão justamente ao pouco uso de embalagens. Com diversos produtos a granel, o objetivo é que, no futuro, todos os itens possam ser comprados dessa forma. Enquanto isso, Priscila destaca que recolhe todas as embalagens de produtos vendidos na loja para fazer o descarte adequado, e também coleta outros materiais, como tampinhas, lacres de latas, esponjas e óleo, para contribuir na separação correta de resíduos. "Temos desde cosméticos, produtos de higiene, produtos de limpeza, alimentícios, temos até kombucha a granel, e temos vários produtos para substituições daqueles lixos que geramos no dia a dia, como garrafinhas, canudinhos, filtro de cafés ecológicos, escova e pasta de dente, maquiagem sólida. Coisas bem diferentes que, às vezes, as pessoas nem conhecem e encontram ali uma nova possibilidade. Quero o máximo possível que a loja se torne totalmente a granel, desde shampoo, condicionador, produto de limpeza, pasta de dente, para não ter nenhum desperdício de embalagem. Ser pelado total", brinca Priscila. A operação conta, ainda, com um espaço de cafeteria, que é comandado pela Ponto Zero. "O pessoal já tem um café no bairro Menino Deus, e tem esse conceito de lixo zero. Sabia que a cozinha tinha que ser usada de alguma forma, não queria que ela ficasse ociosa, então começamos com essa parceria. Estamos felizes de trabalhar juntos", afirma. 
Segundo a empreendedora, o espaço é o terceiro no formato no Brasil, número que ela deseja que cresça cada vez mais. "Tem que ter um em cada esquina. Temos que espalhar essa ideia. Não é sobre o que está por fora, mas sobre a qualidade do produto que está dentro. Tem vários assim pelo mundo, então eu sei que é possível e é lá que eu quero chegar", deseja. 
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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