Isadora Jacoby

A Sapatista e a DaLuz uniram forças e inauguraram o Ninkasi Bar em Porto Alegre

Cervejarias comandadas por mulheres abrem bar na Cidade Baixa

Isadora Jacoby

A Sapatista e a DaLuz uniram forças e inauguraram o Ninkasi Bar em Porto Alegre

O bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, acaba de ganhar um espaço dedicado ao empoderamento feminino e ao protagonismo das mulheres cervejeiras. Unindo forças, as cervejarias Sapatista e DaLuz, comandadas por Roberta Pierry e Michele Vieceli, respectivamente, abriram o Ninkasi Bar na rua João Alfredo, n° 557. O espaço começou a operar em softopening na última semana, e abre as portas, oficialmente, na quinta-feira (4). 
O bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, acaba de ganhar um espaço dedicado ao empoderamento feminino e ao protagonismo das mulheres cervejeiras. Unindo forças, as cervejarias Sapatista e DaLuz, comandadas por Roberta Pierry e Michele Vieceli, respectivamente, abriram o Ninkasi Bar na rua João Alfredo, n° 557. O espaço começou a operar em softopening na última semana, e abre as portas, oficialmente, na quinta-feira (4). 
Roberta conta que a parceria com Michele é antiga. Juntas, produziram um festival de cervejas feitas por mulheres. Agora, a valorização da participação feminina no mercado cervejeiro foi canalizada na criação do bar. "Já faz um tempo que tenho a ideia de ter um espaço que seja também da Sapatista para poder receber o público e valorizar o trabalho de mulheres. Um espaço que as pessoas se sintam seguras e acolhidas. Com a pandemia, vimos também como era importante ter um local para vender diretamente para o cliente os nossos produtos", conta Roberta. A dupla iniciou o projeto em 2020, mas, com o agravamento da pandemia, acabou voltando para a gaveta. 
O avanço da vacinação foi fundamental para que as sócias retomassem a ideia e a busca por um ponto para abrigar o bar. A João Alfredo, diz Roberta, não estava nos planos. "Teve um tempo que a rua era muito boa para o comércio e para os vizinhos, e depois mudou, começou a lotar com uma galera não tão de boas, chegou a dar tiroteio. As pessoas que frequentavam sumiram e a rua ficou vazia", lembra. Dois fatores foram fundamentais para que, mesmo com essa percepção, elas apostassem no ponto. A chegada de novos negócios do mesmo segmento e um projeto de revitalização da área animaram as empreendedoras. "O projeto de retomada da João Alfredo vai transformar todas as áreas que estão pintadas de verde em parklets fixos. A ideia é que fique um espaço seguro para todo mundo, que a rua funcione de dia e de noite", explica.
ANDRESSA PUFAL/JC
Próximo ao ponto, está o LeMule Drinks, que passou a atender o público e vender seus produtos por uma janela voltada para a rua. Aquecendo ainda mais o ponto, outra novidade: o espaço Fermentador, comandado pela cervejaria Zapata. "Nossos amigos da cervejaria Zapata nos contaram que iriam abrir um ponto aqui do lado. Estávamos na dúvida, quase alugando uma casa na Travessa dos Venezianos, mas, quando soubemos que eles viriam, decidimos vir para cá também. A ideia é nos unirmos e ganhar força para trazer o público para cá", projeta. 
O nome do bar, Ninkasi, é uma homenagem à uma deusa cervejeira. A proposta é que o espaço ajude a contar a história da participação feminina na produção cerveja. Por isso, na fachada, há diversos elementos que remetem a esse contexto. "Tentamos resgatar a história da cerveja e o papel das mulheres nessa criação. Até metade da Idade Média, a produção de cerveja era uma coisa praticamente exclusiva das mulheres. Na nossa fachada, temos a Ninkasi, alguns elementos da cerveja, como lúpulo e cereais, e elementos que remetem também à Idade Média, quando teve a caça às bruxas, e muitas eram cervejeiras. Então, tem o gato preto, um caldeirão e uma vassoura fazendo essa mistura para contar a história da cerveja", explica Roberta. 
O bar funcionará nas quartas e quintas-feiras, das 17h à meia noite, e sextas, sábados e vésperas de feriados das 17h às 2h. Serão oito torneiras de cerveja, sete divididas entre Sapatista e DaLuz e uma reservada para convidados sazonais. Nas quartas-feiras, será dia de campeonato de pingue-pongue, nas quintas, karaokê, nas sextas, música ao vivo e, aos sábados, DJ. O local abriga 70 pessoas, com distanciamento, e mesas na parte da rua. No cardápio, há opções para todos: com carne, veganas e vegetarianas. "Nossa ideia é valorizar o protagonismo das mulheres, não excluir nenhuma pessoa. Receber e tratar com respeito todo mundo, e queremos que o público que venha até aqui se porte da mesma forma", afirma a empreendedora sobre o conceito do espaço.
Roberta revela que o sonho de ter um bar veio antes mesmo de iniciar a trajetória da Sapatista, há cerca de dois anos. Entre os percalços de abrir um novo negócio em meio à pandemia, ela comemora a realização desse sonho antigo. "É desafiador, porque é a primeira vez que nós duas estamos abrindo um bar, então tem coisas que vamos aprendendo na lida. Estou muito feliz, porque era uma coisa que eu já tinha na minha cabeça há bastante tempo. Quando vejo que estou resgatando um sonho que eu tinha antes mesmo de abrir meu outro negócio, é muito gratificante", celebra. 
ANDRESSA PUFAL/JC
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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