Isadora Jacoby

A Lumine aposta em filmes religiosos e conta com produções originais em seu catálogo

Plataforma de streaming gaúcha tem foco em filmes católicos

Isadora Jacoby

A Lumine aposta em filmes religiosos e conta com produções originais em seu catálogo

Empreender unindo arte e propósito. Foi isso que levou Matheus Bazzo a criar dois projetos focados no nicho religioso: a Minha Biblioteca Católica, clube de assinaturas de livros do tema, lançada em 2017, e a Lumine, plataforma de streaming de filmes que versam sobre assuntos do catolicismo.
Empreender unindo arte e propósito. Foi isso que levou Matheus Bazzo a criar dois projetos focados no nicho religioso: a Minha Biblioteca Católica, clube de assinaturas de livros do tema, lançada em 2017, e a Lumine, plataforma de streaming de filmes que versam sobre assuntos do catolicismo.
CEO das duas empresas que funcionam a partir de Dois Irmãos, no interior do Rio Grande do Sul, Matheus conta que sempre desejou unir a experiência adquirida no curso de Artes Visuais da Ufrgs com a religião católica, da qual faz parte. "Havia uma inquietação por criar alguma coisa. E acho que essa inquietação vem do meio que eu vim. Não porque esse contexto promovia isso, mas ao contrário. Por não encontrar um espaço para realizar uma vocação, havia uma necessidade minha para criar esse espaço", pontua. O primeiro negócio surgiu a partir do modelo de venda recorrente. Com os bons resultados do clube de assinatura de livros, veio o desejo de criar um braço voltado ao audiovisual em 2019.
"A ideia é um pouco ambiciosa, porque faz parte da nossa geração ser altamente idealista, querer fazer algo que impacte, que faça diferença. E a Lumine surgiu um pouco disso. É uma vontade que temos de impactar a vida das pessoas através da arte e do cinema. Tinha essa percepção de que o cinema ocupa um papel muito importante na vida das pessoas e que faltava um lugar que categorizasse isso para uma temática católica e cristã. Foi um desdobramento natural de uma coisa que já discutíamos internamente há muito tempo. Criamos a empresa do zero, sem aporte além dos nossos, e ela está crescendo", afirma o empreendedor, que soma uma base de 30 mil assinantes na Minha Biblioteca Católica e estima, para 2022, crescer em 200% a base de assinantes da Lumine.
Matheus encara com bons olhos o aquecimento do mercado de plataformas de streaming de filmes e séries nos últimos anos. Para ele, há espaço para todos e, nesse contexto, operar em um nicho coloca a plataforma gaúcha em uma posição favorável no segmento. "Não vemos como uma concorrência, porque temos um nicho específico que, muitas vezes, não é atendido em outros streamings. Como outras plataformas não estavam olhando para esse conteúdo, foi interessante para muitas distribuidoras verem uma empresa interessada e isso fez com que a Lumine adquirisse uma posição no mercado. Hoje em dia, grandes distribuidoras, como Sony, Warner, dialogam conosco. É muito interessante", relata. Apesar do foco no catolicismo, não há somente conteúdos religiosos na Lumine.
O conceito da plataforma é aliar ao audiovisual mensagens que se afinam com as premissas católicas. "Normalmente, as empresas criam uma persona para representar a empresa. A nossa é uma catedral, porque quando você visita uma na França, na Alemanha, na Itália, você vai encontrar cristãos fazendo a liturgia, e, ao mesmo tempo, pessoas das mais diversas etnias e religiões que reconhecem a universalidade daquela beleza, de contemplar e reconhecer que aquilo tem valor independentemente da crença. E pensamos na Lumine da mesma maneira. Claro que tem que ter os conteúdos com identidade católica, mas tem que ter algo de uma beleza universal que seja possível e interessante para cada um. É para todos", garante.
Na pandemia, o CEO conta que sentiu um maior interesse do público pelo conteúdo ofertado na Lumine. A percepção foi corroborada pelo crescimento na base de assinantes e também pelas interações do público que, segundo Matheus, é muito ativo. "As pessoas estavam em um momento mais reflexivo sobre a vida, sobre o valor das coisas e o que realmente importa", pondera.
Além de projetar um crescimento na base de assinantes, para 2022, o foco da Lumine está nas produções originais. Uma série documental produzida em um mosteiro do Rio Grande do Sul foi a responsável por abrir o catálogo do streaming em 2019. Para o próximo ano, estão previstos oito novas produções autorais. "Sempre tivemos a veia da produção original. É onde nossa criatividade encontra sua máxima capacidade. Essa mensagem que é propagada há dois mil anos segue sendo propagada hoje, e nós precisamos registrá-la. Temos essa missão. Tem muito a ver com o nosso slogan: filmes novos, valores eternos", afirma.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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