Isadora Jacoby

Na Scooto, 95% das colaboradoras são mães

Startup de atendimento ao cliente contrata apenas mulheres

Isadora Jacoby

Na Scooto, 95% das colaboradoras são mães

A Scooto, startup de atendimento ao cliente 100% remoto que está no mercado desde 2017, tem como uma de suas premissas a contratação apenas de mulheres para seu time. Hoje, mães representam 95% da equipe da empresa que tem entre seus clientes a XP Educação, Infomoney e Allura.
A Scooto, startup de atendimento ao cliente 100% remoto que está no mercado desde 2017, tem como uma de suas premissas a contratação apenas de mulheres para seu time. Hoje, mães representam 95% da equipe da empresa que tem entre seus clientes a XP Educação, Infomoney e Allura.
Marina Vaz, fundadora e CEO da Scooto, acredita que é muito importante direcionar o olhar para as mulheres, especialmente as mães, ainda mais com as adversidades trazidas pela pandemia. "Enquanto o contexto agrava a situação na esfera pública, as discussões não são norteadas para essa categoria. Pelo contrário, gerido por homens, o governo não percebe que mães com melhores condições para atuar nesse contexto refletem em melhor estrutura para seguir com os cuidados das crianças. E isso reverbera nas gerações futuras que terão poder de mudança social, política e sobre a natureza", afirma Marina. 
Atualmente, 50 colaboradoras compõem a startup que foi idealizada com foco em gerar transformação de mulheres com filhos no âmbito econômico. "Promover a empregabilidade de uma mãe é o início de uma mudança no status quo. É o primeiro passo para uma verdadeira transformação futura. Mães com autonomia financeira e condições melhores para trabalhar e maternar refletem em crianças melhores, e, consequentemente, em gestores e agentes de transformação social mais competentes para tomadas de decisão em todas as esferas públicas", acredita Marina. Oferecendo serviços de atendimento ao cliente de forma 100% remota, a startup conta com colaboradoras em diversos estados do País.  A remuneração tem um valor médio de R$ 2,5 mil, o que, segundo Marina, está acima da média do mercado de call centers.
"Atuamos com a ideia de que atendimento ao cliente não é um subemprego. Nossa equipe é formada por pessoas empáticas e extremamente qualificadas para o trabalho", pontua a CEO da Scooto.
O nome da startup é uma referência ao verbo escutar, o que, afirma Marina, é o principal propósito do negócio. "A atuação tem foco no encantamento do cliente, na construção de relações com ele e na leitura de dados pertinentes ao negócio que acabam transformando o SAC num gerador de leads qualificados e potencializando o melhor canal de marketing: o boca-a-boca", considera.
Nesta entrevista, Marina fala sobre os diferenciais trazidos pela decisão de montar times femininos e aborda a importância de um SAC eficiente para um negócio. Confira abaixo:
GeraçãoE - Quais são e como funcionam os serviços da Scooto?
Marina Vaz - A Scooto é uma central de relacionamento flexível e remota que atende clientes que procuram por pré-vendas (SDR), vendas e suporte completo (o clássico telefone, e-mail e chat).
GE - Contratar apenas mulheres sempre foi uma premissa da startup?
Marina - Aconteceu organicamente, eu já estava inserida em uma comunidade com mulheres empreendedoras, e via inúmeras com ótimas formações tentando empreender em algo manual ou individual. Então, quando começou a Scooto, foi uma questão de tempo para abrir essa possibilidade para esses contatos.
GE - As mães representam 95% da equipe. Qual a importância de abrir espaço para essas mulheres no mercado de trabalho?
Marina - Uma mãe é capaz de fazer uma criança comer um brócolis, você sabe quão difícil é isso? Ela é criativa, persistente e focada. Dar o poder financeiro com uma boa remuneração à ela é mais do que empoderar, é mudar a lógica da sociedade. É transformador.
GE - Como acredita que ter uma equipe majoritariamente feminina e composta por mães impacta no desempenho da startup? Que diferenciais surgem a partir disso?
Marina - Com certeza, impacta positivamente. O senso de comunidade criado entre as scooteiras é enorme, e esse poder de empatia e resolução é muito mais fácil de ser encontrado nas mulheres.
GE - Quais são as principais tendências para atendimento ao cliente que surgiram ou foram fortalecidas no último ano?
Marina - Cada vez mais, fala-se do atendimento humanizado e essa é a maior tendência, mas ainda não são todas empresas que estão preparadas para quebrar esse ciclo automatizado ou de baixa remuneração no atendimento. É preciso entender a importância de um bom relacionamento com o cliente.
GE - Qual investimento necessário e qual perfil de empresa pode contratar os serviços da Scooto?
Marina - Temos modelos de negócios que encaixam para pequenas empresas, como também atendemos grandes, como bancos, EADs, seguradoras, que têm um volume grande de tickets por mês. A Scooto está aqui para escutar o cliente e modelar em cima de cada um.
GE - O quanto um SAC eficiente é responsável pelo sucesso e credibilidade de uma empresa?
Marina - Isso é 100% o que eu acredito. Por isso, a Scooto tem a missão de deixar o atendimento ao cliente no coração da empresa, é lá que precisamos pulsar para as outras áreas terem insights e evoluírem. Escutamos desde a pessoa que quer ser seu cliente até o cliente fiel, ou detrator, caso não seja bem atendido.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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