Mauro Belo Schneider

As empresas gaúchas Reali e Grou apresentaram o estudo Human Office

As 10 transformações que devem ocorrer no ambiente de trabalho

Mauro Belo Schneider

As empresas gaúchas Reali e Grou apresentaram o estudo Human Office

Com as mudanças sociais causadas pela pandemia da Covid-19, as novas formas de trabalho e seus desdobramentos estão entre as questões mais pautadas entre profissionais e líderes. Acreditando que o mundo corporativo pode construir caminhos para o tema de forma colaborativa, as empresas gaúchas Reali e Grou apresentaram o estudo Human Office em um evento voltado à área de gestão de pessoas de companhias de todo o Brasil. Em formato online, o encontro aconteceu no último dia 17 de março. Nesta entrevista, Thais Reali, design e visual thinker da Reali, lista as 10 transformações necessárias no mundo do trabalho e fala sobre as principais descobertas do levantamento. É possível ter acesso às análises e conteúdos do estudo através da página exclusiva do Human Office em gestaodepessoas.grougp.com.br/human-office.
Com as mudanças sociais causadas pela pandemia da Covid-19, as novas formas de trabalho e seus desdobramentos estão entre as questões mais pautadas entre profissionais e líderes. Acreditando que o mundo corporativo pode construir caminhos para o tema de forma colaborativa, as empresas gaúchas Reali e Grou apresentaram o estudo Human Office em um evento voltado à área de gestão de pessoas de companhias de todo o Brasil. Em formato online, o encontro aconteceu no último dia 17 de março. Nesta entrevista, Thais Reali, design e visual thinker da Reali, lista as 10 transformações necessárias no mundo do trabalho e fala sobre as principais descobertas do levantamento. É possível ter acesso às análises e conteúdos do estudo através da página exclusiva do Human Office em gestaodepessoas.grougp.com.br/human-office.
GeraçãoE - Por que foi realizado o estudo Human Office?
Thais Reali - Acreditamos em empresas mais humanas que conseguem alcançar sua sustentabilidade financeira através de um olhar diferenciado e centrado nas pessoas. Em um cenário novo, completamente atípico, percebemos a necessidade de analisar, de fato, como a pandemia estava mudando as relações. Decidimos não apenas estudar mais profundamente porque algumas empresas e profissionais conseguiram potencializar, mas também criar um espaço atual de diálogo, troca e colaboração sobre os novos formatos de trabalho. Chegamos à conclusão de que não há mais tempo para ficar de braços cruzados esperando acontecer o que imaginamos. Este é o momento e é o ambiente mais propício que tivemos nos últimos tempos para fazer acontecer as transformações necessárias no mundo corporativo e nas formas de trabalho. E o nome Human Office veio, justamente, dessa inspiração e vontade enquanto estávamos concebendo o movimento.
GE - De que forma o estudo foi feito?
Thais - Realizamos entrevistas vídeo-documentadas durante outubro e novembro de 2020 com 18 profissionais da área, renomados no Brasil, que atuam em empresas como C&A, Great Place to Work, Employer Branding Brasil, Mercur, StartSe, Warren Brasil, TSE, Arezzo & Co, Adoro Home Office, Gerdau, Mama Jobs, Grupo DASS, SLC Agrícola, Hercosul, Marini Latin America - que têm um papel fundamental nessa transformação dos formatos de trabalho. Essa transformação teve começo logo após a Revolução Industrial, passando pelo período Pós-industrial (4.0), catalisada pela pandemia em 2020, gerando a necessidade de reinventar a forma de fazer gestão de e com pessoas e, finalmente, chegando no momento atual que denominamos Reset 5.0 - o caminho para o Human Office (2021). Durante a colheita dos depoimentos, fomos construindo análises qualitativas e norteadores para todas as questões que as nossas trilhas de conteúdo iriam abordar durante o workshop.
GE - Que tendências surgiram a partir da pesquisa?
Thais - Como todos vivemos um momento sem precedentes, o futuro é construído a partir do presente, dia após dia. Qualquer tipo de mudança acontece em função de um cenário propício para o seu desenvolvimento. São diversos fatores atuando de forma conjunta. Este ambiente pode ser criado por desejo ou por circunstância. A pandemia nos trouxe um momento longo, incerto e circunstancial que foi berço para inovação e mudança de muitos conceitos, comportamentos e formas de atuação anteriormente enraizados. Percebemos comportamentos e atitudes em comum analisando todas as empresas estudadas e criamos uma Mandala de Inovação. São elas: o Objetivo Comum/Entrega de Valor; Autonomia; Comunicação Aberta e Frequente, Colaborar; Get Things Done; Pensar Fora da Caixa; Simplificar; Mensurar Sucesso; Pivotar Sempre que Necessário e Open The Source.
GE - O que fizeram a partir dessas informações?
Thais - Apontamos grandes transformações que precisam ser debatidas e, principalmente, implementadas, para que seja possível criar a base dessa revolução nos formatos de trabalho. Os temas podem ser conhecidos, mas como o momento pede uma reinvenção e reconceituação, foi necessário, também, gerar novas métricas de avaliação para que as transformações sejam, de fato, efetivadas e efetivas. Entre as 10 transformações estão: 1) Da estrutura física para arquitetura do não espaço; 2) De líder-chefe para líder-mentor; 3) De produtividade como tempo despendido por atividade para produtividade como qualidade e entrega; 4) De saúde mental como preocupação somente do RH para uma bandeira de todos; 5) De missão, visão e valores para prática efetiva da cultura; 6) De 'fazer para' para 'fazer com'; 7) De precisamos pensar em diversidade para precisamos agir para promover inclusão; 8) De soft skills como diferencial para soft skills como essencial; 9) De gestão de pessoas como área de apoio para gestão de pessoas como protagonista da transformação. E a principal de todas as 10 transformações: de Office ou Home Office para Primeiro Human, Depois Office. Dessa forma, vimos, ao final do evento, que existia um alinhamento e uma tendência a ser seguida: agora, principalmente com a distância, é preciso ter um olhar muito mais atento e cuidadoso para entender que a casa se tornou o trabalho, o trabalho se tornou a casa e o office é, primeiro, human. O principal é como a pessoa se sente, como ela produz, quais são os espaços de produtividade. Apesar de todo o cenário, construir uma realidade que siga potencializando a entrega de resultados de cada colaborador. Human Office é sobre colocar as pessoas realmente no centro dos negócios (people centricity).
GE - Acha que os donos de empresas estão preocupados com essas novas formas de trabalho?
Thais - Sim. Os empresários e executivos estão olhando atentamente para o tema e sentindo a necessidade de mudar a prática: tanto como forma de engajar e manter seus times quanto para manter e potencializar os resultados do negócio. Tanto é que internacionalmente já percebemos movimentos de gestores das áreas de pessoas tornarem-se CEOs. A transformação digital tem nos mostrado que a reinvenção é inevitável, quase que assíncrona, atemporal e que quem não se reinventa fica para trás. O Human Office veio para romper com o estigma de que só existe uma forma de fazer gestão de pessoas em um mundo tão plural quanto o nosso e em uma realidade tão destoada da que conhecemos. Unimos 100 gestores de diferentes estados brasileiros e mostramos que a cocriação é a chave-mestra para o segredo do sucesso. E para aqueles gestores que estão lendo esta matéria e ainda têm dúvidas sobre como colocar em prática estas 10 transformações, o caminho sugerido é mudar o mindset de gestão de pessoas para gestão com pessoas.
Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

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