Isadora Jacoby

O espaço se tornou um reduto para os leitores de Barra do Ribeiro

Casal fã de Harry Potter abre livraria Beco Diagonal no RS

Isadora Jacoby

O espaço se tornou um reduto para os leitores de Barra do Ribeiro

O que era um plano para o momento de aposentadoria se tornou o negócio de Diego Barros de Souza, 37 anos, e Rafaela Trusz Silva, 40, em 2020. O educador físico e a fisioterapeuta, fãs de Harry Potter, sempre atuaram nas suas áreas de formação e planejavam abrir uma livraria juntos quando parassem de trabalhar no futuro. Com a chegada da pandemia, a decisão foi arriscar e antecipar o projeto. Assim, em abril, nasceu a Livraria Beco Diagonal, na Barra do Ribeiro, cidade que fica a 56 km da Capital. 
O que era um plano para o momento de aposentadoria se tornou o negócio de Diego Barros de Souza, 37 anos, e Rafaela Trusz Silva, 40, em 2020. O educador físico e a fisioterapeuta, fãs de Harry Potter, sempre atuaram nas suas áreas de formação e planejavam abrir uma livraria juntos quando parassem de trabalhar no futuro. Com a chegada da pandemia, a decisão foi arriscar e antecipar o projeto. Assim, em abril, nasceu a Livraria Beco Diagonal, na Barra do Ribeiro, cidade que fica a 56 km da Capital. 
O casal chegou ao município no final de 2019, depois de morar em Porto Alegre e em Santa Catarina, para abrir seu estúdio de atividades físicas. Ainda na etapa de estruturação do negócio e captação de clientes, veio a pandemia. Como Rafaela e a filha mais velha do casal pertencem ao grupo de risco, a escolha foi fechar as portas. "Tínhamos dinheiro para investir no estúdio e decidimos nos aventurar em uma coisa nova", conta Diego. 
Na hora de escolher o nome para o local, a paixão em comum pelo universo bruxo falou mais alto. "Eu, minha esposa e minha filha mais velha somos aficionados por Harry Potter. E não curtimos os nomes mais americanizados, estrangeiros. Queríamos uma referência que tivesse a ver com alguma memória afetiva nossa em relação ao livro. Quem sugeriu foi a minha filha de 9 anos. Ela fez o desenho, que acabou virando a nossa identidade visual depois", orgulha-se Diego. Apesar do nome, o local não trabalha somente com obras desse estilo literário. No local, é possível encontrar literatura brasileira, estrangeira e para todas as idades. 
No início, como a cidade estava em bandeira vermelha, as vendas foram somente online, por meio do site e das redes sociais. A dupla criou um grupo de WhatsApp com a clientela onde, semanalmente, compartilha descontos que vão de 20% a 85%. Os livros usados têm um preço especial, com o objetivo de que mais gente possa ter acesso às obras. "É um projeto de democratização da leitura, onde nossos livros usados e seminovos custam de R$ 2,00 a R$ 10,00", explica Diego.
ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Antes da Beco Diagonal, a Barra do Ribeiro não tinha uma livraria. Diego conta que a comunidade estava muito carente de um espaço assim e abraçou o projeto. Foi o entusiasmo da vizinhança que fez com que a livraria ganhasse um espaço físico na rua Quatorze de Julho, nº 664, no centro da cidade. "A comunidade abraçou muito, porque era uma coisa que sentiam falta. Tem um público muito bom, que gosta de ler. Virou um projeto da comunidade", garante Diego, que se surpreendeu com o número de livros vendidos para os moradores.
"Barra do Ribeiro tem 14 mil habitantes, e, obviamente, desse número, nem todos são leitores. De abril até novembro, só dentro da cidade, vendemos mais 2 mil livros, para ver como era um segmento que estava fazendo falta para a comunidade", complementa.
Além dos amantes de livros de maneira geral, não demorou para que os fãs de Harry Potter descobrissem o espaço. "Aqui na Barra tem muita gente que gosta, acabamos descobrindo depois que abrimos a livraria. Começaram a aparecer muitos fãs. O pessoal já está cogitando, para depois da pandemia, fazer, aqui na livraria, um encontro de Harry Potter", relata.  
Frente à concorrência das vendas de livros online, Diego acredita que o diferencial é o atendimento humanizado, feito por ele e Rafaela. "Às vezes, o pessoal quer ler, mas não sabe o quê. Então, fazemos uma consultoria. Sabemos o nome dos clientes, conversamos, damos dicas. Fazemos questão de um atendimento humanizado", enfatiza. As filhas do casal, Helena e Juliana, não abrem mão de participar do projeto. Além de ter feito o desenho que deu origem à identidade visual, Helena criou com os colegas de escola um clube de leitura. Diego conta, orgulhoso, que, hoje, quando pergunta para as filhas o que querem ser quando crescerem elas respondem "donas de livraria". 
ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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