Isadora Jacoby

Há dois anos vendendo pelas redes sociais, a Ouro Pães aposta agora em loja própria

Do digital para o físico, padaria de fermentação natural ganha ponto no Bom Fim

Isadora Jacoby

Há dois anos vendendo pelas redes sociais, a Ouro Pães aposta agora em loja própria

A pandemia fez com que, em 2020, muitos negócios abandonassem seu espaço físico e migrassem somente para as vendas online. No entanto, há quem tenha encontrado no momento uma oportunidade de pegar a outra mão da estrada, partindo das redes sociais para o contato olho no olho com a clientela. Achilles Krüger Filho, 38 anos, vendia seus pães de fermentação natural através das redes sociais há dois anos. No fim de setembro, abriu as portas da Ouro Pães em um ponto físico no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. 
A pandemia fez com que, em 2020, muitos negócios abandonassem seu espaço físico e migrassem somente para as vendas online. No entanto, há quem tenha encontrado no momento uma oportunidade de pegar a outra mão da estrada, partindo das redes sociais para o contato olho no olho com a clientela. Achilles Krüger Filho, 38 anos, vendia seus pães de fermentação natural através das redes sociais há dois anos. No fim de setembro, abriu as portas da Ouro Pães em um ponto físico no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. 
JOYCE ROCHA/JC
Em 2018, quando começou a produzir despretensiosamente pães de fermentação natural em casa, o empreendedor não tinha planos de transformar o hobby em negócio. As vendas, que eram, inicialmente, só para amigos, começaram a crescer, e, assim, a carreira de designer ficou para trás para dar espaço à Ouro Pães. A produção era oferecida pelas redes e entregue por ele mesmo de bicicleta duas vezes por semana. "Pegava tudo por encomenda, não tinha pães disponíveis à pronta-entrega. Fiz uma clientela bem fixa. Virava a madrugada, fazia uma produção bem caseira, no meu apartamento. A entrega de bicicleta era muito sofrida. No final do dia, tinha rodado 20km", lembra. 
No início deste ano, percebeu que a produção estava chegando no limite. O momento aconteceu concomitantemente com o início da pandemia, o que fez Achilles pensar que enfrentaria um momento de baixa nas vendas. Para surpresa dele, aconteceu justamente o contrário. "Quando achei que ia ser ruim para mim, as pessoas passaram a ficar mais em casa e a pedir mais pães. Incrivelmente, a minha demanda aumentou um monte. Consegui nesses meses levantar mais uma verba, que deu um empurrão para estar onde estamos agora", explica o empreendedor. 
Sobre migrar para um ponto fixo nesse contexto, Achilles afirma que foi preciso coragem. "Muitas vezes, me vi fazendo um planejamento, revendo os cálculos e, na maioria das vezes, não tinha convicção. Os números eram altos para abraçar. Mas todo mundo com quem eu conversava dizia: ‘se é no Bom fim, faz’. Todo mundo me deu apoio até que a coragem veio", conta. O espaço, que fica na rua General João Telles, nº 462, funciona de terça-feira a sábado, das 11h às 19h. Os pães de fermentação natural custam, em média, R$ 8,00. As focaccias são a preferência da clientela e custam R$ 20,00.
JOYCE ROCHA/JC
Operando há pouco mais de um mês, Achilles orgulha-se em dizer que os moradores do bairro abraçaram o negócio, tanto que, por vezes, não consegue dar conta de tanta demanda. "Estamos até meio impressionados com isso. Não conseguimos atender plenamente. Todo dia aumentamos a produção. Sábado é muito movimentado porque tem as feiras próximas, e sempre dobramos a produção, tanto de focaccias quanto de pães. Ainda assim, acaba vendendo praticamente tudo. O bairro abraçou mesmo, os clientes já estão vindo e voltando. Muita gente reclama da falta de outras opções de pães do bairro e nos adotaram por ter essa carência. Os clientes de outros bairros já estão vindo, mas estou vendendo toda minha produção para os vizinhos", afirma Achilles. 
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Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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