Vitorya Paulo

Empresa de Gramado fechou 25 novos contratos durante a pandemia

Lugano aposta nas franquias para continuar crescimento em 2021

Vitorya Paulo

Empresa de Gramado fechou 25 novos contratos durante a pandemia

Nova marca em produção, campanha pelo Outubro Rosa com o Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama) e expansão de 25 novas franquias desde março. Em 2020, a gaúcha Lugano, tradicional marca de chocolates finos de Gramado, viveu altos e baixos. Porém, a empresa está se recuperando lentamente após a inevitável crise trazida pelo coronavírus. Em setembro, alcançou 80% do faturamento em comparação com o ano passado.
Nova marca em produção, campanha pelo Outubro Rosa com o Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama) e expansão de 25 novas franquias desde março. Em 2020, a gaúcha Lugano, tradicional marca de chocolates finos de Gramado, viveu altos e baixos. Porém, a empresa está se recuperando lentamente após a inevitável crise trazida pelo coronavírus. Em setembro, alcançou 80% do faturamento em comparação com o ano passado.
Outra novidade são os planos de expansão internacional com a norte-americana Amazon, com produtos orgânicos e exclusivos. Nesta entrevista, o CEO da Lugano, Augusto Schwingel Luz, que assumiu a frente do negócio em 2014, conta como está sendo o período de pandemia, as ações sociais da empresa e a aposta nas franquias. Para ele, 2021 será um ano de retomada.
GeraçãoE - Fale sobre a campanha do Outubro Rosa da Lugano. Por que criar essa iniciativa?
Augusto Schwingel Luz - Todas as empresas têm o dever e a responsabilidade social de contribuir com assuntos de interesse de toda a comunidade. Há anos, a Lugano é parceria do Imama. Fizemos até uma Páscoa com ovos exclusivos para o Instituto. Em 2020, devido à pandemia, ficamos impossibilitados de celebrar de forma presencial o nosso 44º aniversário e, por isso, decidimos festejar espalhando não só consciência, mas essa mensagem de prevenção ao câncer de mama em nível nacional. Todas as nossas franquias estarão comercializando a Rosa de Chocolate ao Leite Lugano, com 30% do valor arrecadado sendo doado posteriormente ao Imama.
GE - Como está sendo esse período de pandemia para a Lugano?
Augusto - Passamos pelo pior momento da história da nossa empresa e de nossas vidas. Tivemos uma baixa nos primeiros meses de pandemia de mais de 90% de nosso faturamento com a Páscoa, nossa principal data de vendas no ano, atingida em cheio. Por mais de 45 dias, todas as nossas franquias no Brasil estiveram fechadas devido a decretos municipais e estaduais. O mesmo aconteceu com as lojas de Gramado que, além de ficarem por um bom período fechadas, seguiram com um faturamento muito baixo logo que reabriram devido à ausência de circulação de pessoas na cidade. Viemos, por outro lado, aumentando o faturamento de forma gradativa e, em setembro, a Lugano alcançou 80% do faturamento do ano passado. Para outubro, esperamos que a empresa alcance a sua totalidade. Na contramão do faturamento da empresa, que sofreu um baque muito grande, um aspecto positivo merece ser destacado: o resultado surpreendente no mercado de franquias. Fomos procurados de forma incansável por muitos investidores e profissionais que perderam ou preferiram sair dos seus empregos e empreender, encontrando na Lugano uma ótima opção de investimento com um modelo de negócio de enorme sucesso. Com isso, assinamos, em plena pandemia, mais de 25 novos contratos de lojas no Brasil.
GE - O setor de cafeterias e chocolates está em expansão? Como você vê esse mercado?
Augusto - O setor estava em crescimento até março de 2020, mas devido à pandemia, com shoppings e centros comerciais fechados, a queda será muito grande no acumulado do ano. As nossas lojas, de forma geral, conseguiram alcançar no mês de setembro o faturamento médio normal. Nossa expectativa é que em outubro elas atinjam a totalidade, com projeção de um final de ano muito bom, talvez até um pouco acima de 2019.
GE - Fale sobre as linhas internacionais e a entrada no mercado dos Estados Unidos.
Augusto - A Lugano está com uma linha bem interessante de produtos orgânicos e tradicionais desenhados exclusivamente para a Amazon, nos Estados Unidos. Pretendíamos ter iniciado essa operação na metade no ano, mas devido à crise, optamos por aguardar o momento certo de retomar o projeto. Um dos grandes gargalos é a logística. Hoje, a frota aérea do Brasil para os Estados Unidos gira em torno de apenas 10% do que tínhamos antes, o que encareceu demais o frete. Não chegou a inviabilizar a operação, mas prejudicou muito as nossas margens. Por isso, estamos esperando o momento certo de retomar este projeto com a Amazon. De qualquer maneira, seguimos com projetos de exportação ligadas a algumas empresas nos Estados Unidos, República Dominicana e Paraguai, sempre com foco na expansão deste mercado.
GE - Como vê o setor das franquias no Brasil para os próximos anos?
Augusto - O Brasil é espelho do varejo americano, nação que hoje lidera o setor de franquias. Acredito em um mercado aquecido nos próximos anos, ainda mais depois de um período forte de crise que tivemos agora, em que as pessoas precisam de segurança e encontram nas franquias uma opção de investimento em um negócio próprio, porém com um modelo já testado e ajustado, o que diminui exponencialmente as chances de erro. Acredito que o setor de franchising será beneficiado no pós-crise devido a essa busca por segurança e estabilidade financeira.
GE - Quais são os próximos planos da Lugano?
Augusto - O principal plano da Lugano, atualmente, é a expansão do setor de franchising. Estamos trabalhando incansavelmente para cumprir a nossa meta de chegar no Carnaval com pelo menos 50 lojas abertas, chegando no final de 2021 com uma centena de lojas operando. Em segundo lugar, mas não menos importante, a criação de uma nova marca, um produto diferenciado, disruptivo e inovador que deve chegar ao mercado até o fim de outubro. Depois que começamos a trabalhar o franchising, percebemos que a Lugano não poderia mais estar em supermercados, lojas de autosserviço ou varejo tradicional de multimarcas porque estaríamos arrumando um concorrente para as nossas próprias franquias, que são os nossos grandes parceiros comerciais. A nova marca já está em linha de produção e até o final do ano espalharemos esses produtos pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina e de mais estados brasileiros. Fora isso, o setor de exportação, enfraquecido em 2020 devido à ausência de feiras e eventos, terá plena capacidade de retomada em 2021.
Vitorya Paulo

Vitorya Paulo - repórter do GeraçãoE

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Vitorya Paulo - repórter do GeraçãoE

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