Isadora Jacoby

Rafael Chanin acredita que é preciso encarar as derrotas como aprendizados

Como lidar com o fracasso de um projeto

Isadora Jacoby

Rafael Chanin acredita que é preciso encarar as derrotas como aprendizados

Ao longo dos cinco anos de GeraçãoE, acompanhamos a inauguração de diversos negócios. Na mesma proporção, vimos boas ideias não prosperarem. Lidar e ressignificar o fracasso faz parte do empreendedorismo. Rafael Chanin, professor da Pucrs e criador, com Flávio Steffens, da edição brasileira da FailCon, evento para ajudar empreendedores a olharem para as suas falhas, acredita que falar sobre fracasso ainda é um tabu. No entanto, as derrotas fazem parte de qualquer processo de aprendizado. "É como andar de bicicleta: vai caindo, caindo, até que uma hora equilibra. Para de cair, mas as marcas no joelho continuam. Vamos aprendendo e, uma hora, as marcas saem", compara Rafael.
Ao longo dos cinco anos de GeraçãoE, acompanhamos a inauguração de diversos negócios. Na mesma proporção, vimos boas ideias não prosperarem. Lidar e ressignificar o fracasso faz parte do empreendedorismo. Rafael Chanin, professor da Pucrs e criador, com Flávio Steffens, da edição brasileira da FailCon, evento para ajudar empreendedores a olharem para as suas falhas, acredita que falar sobre fracasso ainda é um tabu. No entanto, as derrotas fazem parte de qualquer processo de aprendizado. "É como andar de bicicleta: vai caindo, caindo, até que uma hora equilibra. Para de cair, mas as marcas no joelho continuam. Vamos aprendendo e, uma hora, as marcas saem", compara Rafael.
Desde 2011 abordando o tema na FailCon, Rafael ressalta que é preciso falar sobre as derrotas porque elas fazem parte da vida real de quem está à frente de um negócio. "99% dos novos negócios falham. Estatisticamente, só se tem sucesso no quarto ou quinto empreendimento", pondera. Por isso, encarar os momentos adversos e transformá-los em aprendizado é essencial para o que ele define como um caminho de sucesso. "O fracasso não é errar ou quebrar uma empresa. O fracasso é não aprender com aquilo e desistir.  É muito mais valioso termos experiências e tentarmos que levar para a vida só o arrependimento de não ter tentado. E, principalmente, não levar, lá para frente, o aprendizado", pontua. 
Lidar com a frustração de um negócio que não segue o caminho imaginado não é fácil. Nesse contexto, é preciso ter muito autoconhecimento para refletir sobre o processo de encerramento de um ciclo, e, ainda, não dar importância desmedida para a opinião de outras pessoas.
"Hoje, ainda mais com as redes sociais, criamos essa impressão que somos importantes, vistos, comentados, e, na prática, não somos. Obviamente, a Anitta é bastante referenciada. Mas, mesmo ela, não tem que se importar com a opinião dos outros, tem que fazer o que ela acredita", avalia Rafael, salientando que é preciso enxergar a diferença entre acreditar no projeto e insistir em algo que não está indo bem.
"Depois que o jogo terminou, é fácil analisar o resultado. Mas, no meio do processo, temos que ter esse autoconhecimento para avaliar que o caminho está errado, que é melhor ajustar."
Para conseguir fazer essa análise de forma assertiva, é preciso usar as métricas adequadas, e não as "métricas de vaidade", como define Rafael. "Não importa o número de likes no Instagram, o que importa é o número de vendas que faço no mês, ou o número de usuários crescentes que tenho na minha plataforma. Se uso as métricas certas, consigo ter uma noção se o negócio está crescendo, estável ou diminuindo. O problema do empreendedor é que, às vezes, como ele não quer enxergar a realidade, não coloca essas métricas na frente dele. Se essas métricas de negócio não estão avançando, já é sinal amarelo. Se elas estão caindo, sinal vermelho", alerta. 
É preciso entender que sucesso e fracasso são construções pessoais e que cada pessoa avalia de um jeito o mesmo acontecimento. Para ilustrar, Rafael conta que gosta de comparar, em palestras e eventos, as carreiras dos pilotos Ayrton Senna e Rubinho Barrichello.
"Quando pergunto se o Rubinho é um cara de sucesso, sempre tem opiniões contraditórias. Claro que o Senna atingiu mais marcas que ele, mas o Rubinho chegou no topo do caminho que quis percorrer, ganhou muitas corridas, muito dinheiro, talvez ele seja feliz. Quantos corredores começaram com ele lá no kart e pararam pelo caminho?", provoca.
Mesmo que sucesso seja uma questão de ponto de vista, ele só virá, segundo Rafael, depois de muita prática. "O sucesso, independentemente da visão pessoal, vem após uma sequência de aprendizados. A forma de pensar tem que ser essa, e não de fracasso. Minimizar minhas chances de fracasso é aumentar minhas chances de sucesso."
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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