Isadora Jacoby

A Meias & Cia remodelou seu formato de venda para atender a demanda

Ao completar cinco anos de negócio, chega uma pandemia. O que fazer?

Isadora Jacoby

A Meias & Cia remodelou seu formato de venda para atender a demanda

Chegar à marca de cinco anos à frente de um negócio não é uma tarefa fácil para empreendedoras e empreendedores. Viver esse momento em meio à crise ocasionada pela pandemia, menos ainda. Juliana Guterres, 34 anos, é proprietária da Meias & Cia, negócio localizado em Canoas que celebrou sua meia década em maio deste ano.
Chegar à marca de cinco anos à frente de um negócio não é uma tarefa fácil para empreendedoras e empreendedores. Viver esse momento em meio à crise ocasionada pela pandemia, menos ainda. Juliana Guterres, 34 anos, é proprietária da Meias & Cia, negócio localizado em Canoas que celebrou sua meia década em maio deste ano.
Segunda Juliana, não era possível imaginar, no começo de sua trajetória no empreendedorismo, que chegaria aos cinco anos de existência nesse contexto. Em meio ao fechamento da unidade em Gravataí e lançamento de um novo formato de vendas através de malas enviadas às clientes, Juliana acredita que o momento de pandemia foi fundamental para repensar e redirecionar o negócio. "Fechamos em Gravataí não tanto por conta da pandemia, mas porque já era uma loja que vinha um pouco mais devagar, não nos dava a rentabilidade que esperávamos. Esse período veio para nos reestruturarmos. Quem conseguiu sair daquela névoa de desespero de crise conseguiu realinhar o seu negócio em muitos aspectos. Usamos dessa parada, onde deu tudo errado, para reformularmos o modelo", pontua. A alta procura por pijamas, carro-chefe da loja, neste período fez com que os meses de pandemia registrassem bons números de vendas. "Muita gente demitiu, torrou coleção, vendeu errado, e depois as coisas começaram a girar de novo. Temos vendido mais que antes, inclusive. Fomos batendo recorde de faturamento em Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais. Vendemos mais que no ano passado em várias datas", revela. 
Psicóloga, Juliana chegou a atuar na área antes de começar a trabalhar com seu pai, Cirino Guterres de Almeida, representante da Lupo, marca de meias e moda íntima, há cerca de 20 anos no Estado. Foi ele quem deu o pontapé para a abertura da loja.
"Um dia, ele disse que tinha alugado um ponto comercial para abrirmos uma loja. Eu não sabia absolutamente nada sobre gerir uma empresa, desde o mais básico, como onde eu procuro um fornecedor de sacolas. Contando hoje, parece que foi há 30 anos. Para quem não está no meio empreendedor, até as pequenas coisas são muito difíceis", pondera Juliana, que avalia positivamente sua trajetória nesses cinco anos. "Olhando para trás, vemos alguns erros, mas foram aprendizados que nos trouxeram até aqui. Hoje, consigo falar do meu negócio de uma forma mais consciente, assertiva, sabendo exatamente quem eu sou e onde quero chegar", complementa. 
E foi justamente em seu quinto ano no empreendedorismo que Juliana teve de redirecionar os canais de venda de seus produtos, que, antes da pandemia, eram comercializados somente na loja física. Além de estar desenvolvendo um e-commerce para o negócio, ela conta que adotou o sistema de vendas por malas. As clientes recebem em suas casas uma curadoria de produtos escolhidos de acordo com seu perfil e necessidade. O formato, segundo Juliana, funcionou tão bem que virou um subproduto da Meias & Cia, contando com a parceria de negócios do entorno. "Nunca vou concorrer com Renner ou Lebes em preço. O charme do pequeno negócio é, justamente, o relacionamento, trazer para teus clientes uma experiência de personalização. Fomos conversando com nossos vizinhos e pensando estratégias. Hoje, dentro das nossas malas, tem artigos de sex shop, temos também parceria com uma livraria, com uma pessoa que faz doces e bolos. Fizemos uma rede de apoio e colaboração muito forte nesse período. Quem é pequeno tem que investir em relacionamento, atendimento e parcerias com seus pares", acredita. 
Para os próximos cinco anos, Juliana pondera que, assim como aconteceu agora, é difícil imaginar o formato como estará vendendo, mas pretende manter a mesma abordagem com a clientela. "Imagino que vamos seguir nos relacionando com as pessoas, fazendo amigos, levando nossos produtos através de relacionamento. Agora, de que forma, com loja física, somente na internet, de mala, isso não sei. Quero continuar me relacionando com nossos clientes, com os nossos pares, com outros empresários de forma que todos os negócios se alavanquem", pontua. 
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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