Depois de dois meses de portas fechadas, as sócias da Baunilha Cupcakes, Sarah Alberti, 39, e Dienefer Pucci, 38, reabriram há três semanas a unidade do bairro Rio Branco e há uma, a do bairro Petrópolis. Operando somente com delivery e take away, precisaram usar a criatividade para aquecer as vendas, já que metade do faturamento da operação, segundo elas, era oriundo do movimento de loja. Assim, surgiu a ideia da caixa junina, box que reúne, além de produções próprias, outros quitutes típicos da data.
"Sempre decoramos a loja em todas as datas, e a festa junina era uma que gostávamos muito de fazer a decoração temática, com bandeirinhas. Estávamos muito sentidas de não poder fazer isso esse ano, porque não estamos atentando no local. A caixa foi uma maneira de levar isso para a casa do cliente e não deixar de comemorar", explica Sarah. O cupcake de paçoca, produzido somente nos meses de junho e julho, também motivou a criação da cesta. "Ele tem uma venda bem boa. Queríamos que o cliente pudesse consumir esse produto e também evitar que ele saísse para comprar os outros complementos", conta a empreendedora.
A caixa junina custa R$ 50,00 e é composta por dois cupcakes de paçoca, brownie do mesmo sabor, além de doces típicos da data: mandolate, puxa-puxa, rapudura e amendoim doce. As vendas são feitas pelo Instagram (
@baunilhacupcakes) ou pelo WhatsApp (51) 99826-9123. O cliente recebe o pedido 24 horas após a encomenda, com taxa de entrega no valor de R$ 15,00 para bairros centrais.
Optando por não abrir as lojas para o público, as sócias acreditam que a caixa é uma maneira de reinventar as vendas durante o momento de crise. "Estamos nos reorganizando, mas não é um período fácil porque o nosso faturamento era 50% de loja e 50% de encomenda", pontua Sarah. Somado ao período sem operação, Dienefer destaca que o número de encomendas também caiu, já que as pessoas estão fazendo menos celebrações em função da orientação de distanciamento. "Hoje, não tem mais festa, por isso os 50% de encomendas não existem. E o movimento da loja caiu bastante, por isso estamos pensando maneiras de tapar esse buraco de alguma forma", expõe. Uma das alternativas foi reduzir o número de pedidos mínimos para cupcakes e também criar um tamanho de bolo menor, pensando que, agora, as celebrações são somente com as pessoas que moram na mesma casa.
Prestes a completar um mês de retomada das atividades, elas estimam que o faturamento será em torno de 30% na comparação com o mesmo período do ano passado. Mesmo assim, consideram que os meses totalmente sem atendimento e a decisão de, agora, funcionar somente com retirada e entrega de produtos fortaleceu a relação com a clientela do negócio. "Acho que o público esperava que fizéssemos essa pausa, porque ele também fez. Nos identificamos muito com o movimento dos outros lugares que não abriram, porque é um público que quer isso, que espera que a tua empresa se posicione assim. Eu também quero que, de onde eu consumo, estejam se resguardando. Tem um cuidado do cliente com a gente e isso é bem bacana. Não tivemos resposta negativa por estarmos fechadas", afirma Sarah.
Empreendendo há nove anos, a crise ocasionada pela pandemia despertou aprendizados e desafios para as sócias, que apontam a capacidade de se reinventar e a organização financeira da empresa como os possíveis legados desse momento. "Não tínhamos um fluxo de caixa para seis meses. É difícil o pequeno negócio que tem isso. Normalmente, o fluxo de caixa é para dois, três meses no máximo. Vamos começar a pensar nisso, mas não sei como, porque vamos ter uma crise grande pela frente. Enfrentar a crise e fazer caixa são duas coisas que não dão certo", pondera Sarah.