Vitorya Paulo

Estabelecimentos "tiveram seus faturamentos reduzidos a zero ou próximo de zero"

Bares e restaurantes buscam alternativas

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Estabelecimentos "tiveram seus faturamentos reduzidos a zero ou próximo de zero"

O setor de bares e restaurantes é um dos mais impactados pela crise no combate ao coronavírus. Isso se deve às medidas sanitárias restritivas aplicadas em várias regiões, que obrigou os estabelecimentos a paralisar as operações ou só funcionar com delivery e takeaway. Uma projeção da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes - Seccional RS (Abrasel-RS), feita no fim de abril, mostra que de 102 estabelecimentos que responderam a pesquisa, 44% apresentam possibilidade de fechar definitivamente nos próximos 60 dias.
O setor de bares e restaurantes é um dos mais impactados pela crise no combate ao coronavírus. Isso se deve às medidas sanitárias restritivas aplicadas em várias regiões, que obrigou os estabelecimentos a paralisar as operações ou só funcionar com delivery e takeaway. Uma projeção da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes - Seccional RS (Abrasel-RS), feita no fim de abril, mostra que de 102 estabelecimentos que responderam a pesquisa, 44% apresentam possibilidade de fechar definitivamente nos próximos 60 dias.
Outro dado exposto pela pesquisa é a redução no faturamento, em que quase 95% dos negócios apontaram que perceberam menor lucro no período comparado ao ano anterior. Desses, 67,7% afirmaram à Abrasel que o faturamento chegou a ser 61% menor. A quantidade de empresas que demitiriam funcionários também é expressiva. Cerca de 62% teve de desligar colaboradores devido à crise financeira que se instalou nos negócios. Segundo levantamento do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), 3,5 mil pessoas foram demitidas na região em que a entidade atua. O presidente do Sindha, Henry Starosta Chmelnitsky, afirma que a maior lição que fica com a pandemia é que o mundo pode mudar muito rapidamente. Por essa razão, empreendedores devem sempre estar atentos às tendências de mercado. Confira a entrevista:
GeraçãoE - Como podemos calcular a crise no setor em Porto Alegre e região?
Henry Starosta Chmelnitsky - Nosso segmento foi fortemente impactado. Já são mais de 3,5 mil pessoas demitidas numa categoria que abriga mais de 37 mil colaboradores. Bares e restaurantes tiveram seus faturamentos reduzidos a zero ou próximo de zero. Parte se adequou ao delivery e takeaway. Lembrando que os custos fixos não se alteraram.
GE - Qual a sua opinião sobre as medidas tomadas pelo governo sobre o setor?
Henry - Apoiamos as políticas implementadas pelo Estado. Evidentemente que apoiar não nos inibe de contestar e criticar determinadas ações. Como, por exemplo, a proibição total temporária da operação buffet. Faltou discussão técnica e faltou diálogo com o nosso corpo técnico. É um setor que representa mais de 30% da nossa categoria.
GE - Quais estão sendo as ações do sindicato?
Henry - Trabalhamos fortemente com o Município, Executivo e Legislativo Estadual buscando defender nossos interesses e construir juntos os passos futuros. Nosso jurídico atua fortemente na orientação sobre cada passo e a nossa comunicação fortalece esses pontos. Temos produzido e participado de lives e webinars.
GE - Como o setor pode se reinventar na pandemia?
Henry - Se reinventar na pandemia é difícil. Pensar sobre o futuro dia a dia é um excelente exercício. Nada será como antes. Nosso consumidor alterou seus hábitos e valores. Temos que emergir nessas questões e quebrar paradigmas. A resiliência forçada nos obriga a enxergar o mundo à nossa volta com outro tipo de olhar. E, a partir desse olhar, surgem as novas reflexões.
GE - Como será o futuro do setor de alimentação? Os deliveries tomarão conta?
Henry - Em hipótese alguma o delivery tomará conta da atividade. É mais uma forma de chegar ao cliente. Visitaremos restaurantes, curtiremos a experiência a partir da chegada no local e encerrará com um tchau de cotovelo.
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Vitorya Paulo - repórter do GeraçãoE

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