A doceria e cafeteria
Charlie Brownie, uma das mais tradicionais e conhecidas do ramo em Porto Alegre, anunciou ontem (13/5) o encerramento das atividades do pub na Cidade Baixa. Através de comunicado via página oficial no Facebook, o local, que ficava na rua General Lima e Silva, unia "sobremesas e doces associando um lugar de amor pela diversidade com eventos culturais, cafés, drinks". A empresa continuará a operação com delivery e takeaway durante a pandemia nas filiais na avenida Mariland e na rua Fabrício Pillar, no bairro Mont'Serrat.
O texto traz justificativas para a decisão do encerramento, como a falta de apoio de bancos. "Diferentemente dos anúncios políticos, os bancos não estão facilitando a vida de ninguém e fica nossa crítica forte (em especial) ao Banrisul". Além disso, o anúncio aborda os problemas envolvendo o bairro, que já vinham sendo frequentes mesmo antes do coronavírus e afetavam a vida social da região. "O bairro Cidade Baixa vinha sofrendo consideravelmente pela falta de diálogo entre moradores, empreendedores e poder público. Nós até ingressamos na associação dos empreendedores do bairro, mas embora tenhamos tentado ser progressistas, pouco espaço tivemos", afirma o post.
A empresa também afirma, no texto, que teve a ideia de funcionar como doceria e padaria no local, deixando as atividades de pub apenas nos finais de semana quando o isolamento social passasse, e até abrindo uma escola de Padaria, Confeitaria, Barismo e Bartenders. Mas os custos para a implementação dessas mudanças seriam prejudiciais ao negócio. "Qualquer migração de funcionamento exigiria investimento, maquinário, estruturação de equipe, tempo e energia que no momento estão focados na sobrevivência da Charlie da forma que for possível".
Por fim, a Charlie Brownie encerra sua "maior perda até o momento", mas não descarta a possibilidade de voltar ao bairro boêmio: "a gente sabia que o momento da pandemia seria de administrar perdas, então anunciamos nossa maior perda até o momento: o fechamento total da operação da Cidade Baixa, algo que nos custou noites sem sono para impedir que acontecesse, mas é a decisão mais madura a ser tomada. Esperamos - quando tudo isso passar - termos a oportunidade de retornar ao bairro. De reconstruir nossos projetos e contribuir para que a cultura de diversidade permaneça viva. Nosso amor pelo bairro e por todos que dele fazem parte permanece, inclusive já deliramos com a ideia de administrar o Olaria que é uma galeria culturalmente incrível que vem perdendo seu encanto. Embora sobre ousadia nos nossos sonhos, falta recursos para empreitadas tão grandes. Que seja um até logo, CB!"