Um grupo de mulheres negras criou o
coletivo Afro Máscaras, que se espalhou pelo Brasil e tem representantes no Rio Grande do Sul. O objetivo é gerar renda para afroempreendedoras com marcas reconhecidas nacionalmente e costureiras de comunidades periféricas.
O projeto mapeia, ainda, onde estão as mulheres que precisam de ajuda, produz materiais de divulgação e as conecta com quem deseja doar materiais, como tecidos, linhas e elásticos. A maioria das participantes integra o mercado informal, um dos mais afetados pelo coronavírus.
Caroline Moreira é uma das facilitadoras em Porto Alegre. Ela faz parte do Afrolab, do Instituto Feira Preta, um dos maiores eventos de afroempreendedorismo da América Latina. “Esse momento, para comunidades negras, é extremamente preocupante. Quem sofre pelas desigualdades sociais em sua grande maioria são pessoas negras que, muitas vezes, não têm recursos nem para sua higiene pessoal e muito menos para consumo”, diz Caroline.
A empreendedora explica que as máscaras não são exclusivas para o público afro, mas quem as produz são afroempreendedoras. “É o nosso lugar de atuação e sabemos muito que mulheres negras estão no lugar de invisibilidade e pouco recurso. Além do mais, não existe nenhuma ação feita pensando em raça, seja governamental ou privada. Ninguém melhor que nós para fazer essas frentes”, destaca Caroline. A ação do Afro Máscaras é do Instituto Feira Preta, Crioula Criativa e Fábrica Preta.