A Cia Athletica, de Porto Alegre, instalada no BarraShoppingSul, afirma ter sido uma das primeiras academias da cidade a oferecer aulas por transmissões ao vivo pelo Instagram (@ciaathleticapoa). A rapidez na adaptação fez com que o negócio quase duplicasse o engajamento nas redes sociais.

"Tínhamos pouco mais de 7 mil seguidores no Instagram; hoje, estamos com 12 mil, e todo dia aumenta esse número. São seguidores orgânicos, o que deixa nosso trabalho em maior evidência. O retorno por parte dos alunos é combustível para continuarmos presentes nessas aulas, levando alegria em tempos de confinamento e distanciamento social", diz o professor e gerente administrativo da Cia Athletica Porto Alegre, Paulo Ricardo Ayres.

Mesmo com a grade completa de aulas transferida para o ambiente virtual - e direto da casa dos professores -, todo o período perdido será acrescido no final do plano de cada aluno, diz Paulo. A situação, segundo ele, irá gerar um novo posicionamento do mercado fitness.

"As aulas on-line vieram para ficar, deixando as presenciais com uma maior responsabilidade no atendimento. Os profissionais deverão estar mais preparados para entender as necessidades dos alunos e entregar o melhor atendimento técnico e pessoal. O público vai querer se sentir mais acolhido, caso contrário, o on-line vai suprir o que ele não encontra no presencial", prevê. Paulo não mensura, ainda, o tamanho do prejuízo e qual o tempo que levará para retomar as atividades. Além de não existir uma perspectiva de reabertura, a demanda de alunos, quando isso acontecer, será quase zero, na visão dele. "Com certeza, muitos até gostariam de voltar, mas o medo não vai permitir", entende, enxergando um retorno gradual.

O alento do segmento, conforme o profissional, veio da medida provisória que permite que as academias suspendam os contratos de trabalho por até 60 dias, sendo o auxílio pago 100% pelo governo. "Assim, os prejuízos serão menores, e poderemos ajustar as despesas recorrentes, buscando uma sobrevivência."