Mauren Motta

A colunista Mauren Motta acredita que, neste momento, é necessário humanizar a comunicação

Comunicação viral

Mauren Motta

A colunista Mauren Motta acredita que, neste momento, é necessário humanizar a comunicação

Um dos temas que mais estão mais me intrigando atualmente - além da crise do Covid-19, é claro! - é a comunicação e o posicionamento de marcas tanto pessoais quanto profissionais. Em tempos de pandemia e de isolamento, em que os canais digitais são nossas únicas formas de comunicação com o mundo, o que mais se vê por aí é desorientação e posturas inadequadas nas redes sociais. A ansiedade - compreensível - causada pelo momento atípico acabou gerando uma super exposição e, consequentemente, uma verdadeira verborragia digital, que muitas vezes passa dos limites.
Um dos temas que mais estão mais me intrigando atualmente - além da crise do Covid-19, é claro! - é a comunicação e o posicionamento de marcas tanto pessoais quanto profissionais. Em tempos de pandemia e de isolamento, em que os canais digitais são nossas únicas formas de comunicação com o mundo, o que mais se vê por aí é desorientação e posturas inadequadas nas redes sociais. A ansiedade - compreensível - causada pelo momento atípico acabou gerando uma super exposição e, consequentemente, uma verdadeira verborragia digital, que muitas vezes passa dos limites.
A multiplicação das lives, dos Stories e das postagens acabaram descortinando comportamentos inesperados. Perfis que até então eram super populares e que mostravam uma realidade totalmente "cor de rosa", se viram, do dia para a noite, com o desafio de ter relevância em um momento avesso às ostentações. Reprogramar, parar e mudar não é fácil, eu sei. Mas ignorar o que o mundo todo está passando pode ser fatal. Nunca na história foi tão importante exercitarmos a empatia. Comunicar sob o ponto de vista dos nossos umbigos, e não entender o momento da humanidade, dos seguidores, não faz nenhum sentido. Na verdade, nunca deveria ter feito.
O mesmo vale para os negócios. Marcas que insistirem em ignorar o que suas audiências estão vivendo, sentindo e fazendo irão perder. O simples fato de seguir ofertando produtos desnecessários para um período de crise e confinamento demonstra não só falta de sensibilidade, mas até um certo desespero. Entendo que todos estamos inseguros, que todos iremos perder, que uma crise sem procedentes se instala nos quatro cantos do mundo, mas também é a hora de humanizarmos nossos posicionamentos e, principalmente, a nossa comunicação.
Olhar para dentro, cuidar de quem nos cuida, mostrar sensibilidade e poder ser além de efetivo mas, sim, afetivo, é ter uma estratégia de branding inteligente. Infelizmente, temos que entender que são novos tempos, e persistir, mais do que nunca no velho mundinho, é burrice. Não devemos atuar com oportunismo, mas sim encarar o tempo de mudança forçada como uma oportunidade. Temos que comunicar com transparência.
Em uma sociedade com hábitos tão egoístas, onde "a pessoa" era colocada no centro da comunicação das marcas, o simples fato de recuar e entender o todo, e não só o seu público alvo, é fundamental. É tempo de tomarmos ação. As resoluções internas, a empatia com os colaboradores, a reengenharia e as atitudes solidárias com a comunidade do entorno irão, certamente, dizer mais sobre um produto ou um serviço que qualquer postagem oferteira ou filme piegas.
Digo isso sabendo que o nosso desafio é gigantesco. Talvez, por sorte ou por azar, essa provação que nunca antes foi vivida deva ser encarada como uma chance de nos tornarmos melhores não só como sociedade, mas principalmente como interlocutores e comunicadores do caos. Estamos todos perdidos. Estamos todos com medo. Acuados, escondidos atrás de múltiplas telas, todos buscamos respostas.
Certamente elas não virão de pessoas, marcas ou perfis que geram mais ansiedade e desinformação. As respostas para as nossas perguntas provavelmente serão mais amargas do que gostaríamos de ouvir, e provavelmente não serão em tons pastel. Mesmo assim, temos que continuar.
A única certeza que eu tenho, nos meus mais de 20 anos de profissão, é que, neste momento, não precisamos de mais lixo verbal. Pessoas tóxicas, que espalham insensibilidade e fake news nas redes, não devem ser seguidas. Perfis que causem sensações ruins como ansiedade, inveja, raiva e revolta devem ser terminantemente ignorados. Precisamos de calma. Precisamos também ficar em casa. Mas mais do que nunca, precisamos de informação de qualidade para entendermos o momento com clareza.
Colocarmos a cabeça em baixo do edredom não nos salvará. Já conteúdos relevantes, sensíveis e confiáveis poderão fazer uma diferença danada, em como vamos encarar a crise e viver neste novo mundo daqui pra frente. Fiquem todos bem.
Mauren Motta

Mauren Motta é criadora do grupo Conexões RS. Acompanhe a autora pelo Instagram. (https://www.instagram.com/maurenmotta/)

Mauren Motta

Mauren Motta é criadora do grupo Conexões RS. Acompanhe a autora pelo Instagram. (https://www.instagram.com/maurenmotta/)

Leia também

Deixe um comentário