Isadora Jacoby

Diretor-superintendente do Sebrae-RS tem perspectiva positiva para 2020, mas vê cenário complicado para quem não buscar inovações

'Negócios tradicionais tendem a ter dificuldade'

Isadora Jacoby

Diretor-superintendente do Sebrae-RS tem perspectiva positiva para 2020, mas vê cenário complicado para quem não buscar inovações

As micro e pequenas empresas ganharam mais força em 2019. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Rio Grande do Sul, foram cerca de 26 mil empregos gerados entre janeiro e dezembro do ano passado, 7 mil a mais na comparação com o mesmo período de 2018. André Godoy, diretor-superintendente do Sebrae-RS, acredita que, em 2020, esse bom desempenho deve se repetir.
As micro e pequenas empresas ganharam mais força em 2019. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Rio Grande do Sul, foram cerca de 26 mil empregos gerados entre janeiro e dezembro do ano passado, 7 mil a mais na comparação com o mesmo período de 2018. André Godoy, diretor-superintendente do Sebrae-RS, acredita que, em 2020, esse bom desempenho deve se repetir.
"As perspectivas são muito boas porque, apesar das dificuldades que temos enfrentado, as reformas do governo federal e que o governador Eduardo Leite conseguiu aprovar na assembleia são fundamentais para começar a mudar o cenário a longo prazo", acredita.
Durante coletiva de imprensa que apresentou o prognóstico da entidade para o ano, Godoy falou sobre os segmentos mais promissores e sobre as maiores dificuldades enfrentadas por quem empreende. 
GeraçãoE - Qual o segmento promissor para as micro e pequenas empresas em 2020?
André Godoy - Os segmentos mais promissores são os voltados às áreas de inovação. Os negócios tradicionais tendem a ter cada vez mais dificuldade para encontrar espaço, tanto é que o Sebrae tem investido muito na área de inovação com criação de programas ligados a startups, justamente para encaminhar os micro e pequenos empreendedores para negócios de futuro, que são voltados à inovação. Os tradicionais, se não desaparecerem, tendem a perder espaço.
GE - Uma alternativa para a durabilidade dos negócios tradicionais seria o intraempreendedorismo?
André - Sem dúvida nenhuma. A visão de que o empreendedorismo é um novo negócio é uma distorção. É uma atitude. Eu posso ser empreendedor tendo meu próprio negócio ou dentro de uma empresa. O intraempreendedorismo é muito importante para que os negócios já existentes continuem prosperando. A atitude passiva dentro da empresa é deletéria para ela e para o próprio funcionário. As coisas, hoje, mudam muito rapidamente. Então, a atitude empreendedora, de procurar caminhos alternativos para processos tradicionais, é fundamental para a manutenção das companhias. Em relação aos novos negócios, claro que o empreendedorismo é o estímulo inicial para que as pessoas se lancem no mundo dos negócios.
GE - Por que muitas empresas têm vida tão curta? Existe um erro comum entre elas?
André - Não existe um erro principal. É uma soma de fatores. Como o pequeno empresário, muitas vezes, não tem condições de fazer um planejamento mais estruturado, normalmente, ele se lança sem pensar muito, sem pensar em custo, em venda, em faturamento, sem pensar na viabilidade do negócio em si, se tem perspectiva de crescimento. São esses fatores em conjunto que levam a esse alto índice de mortalidade. É justamente aí que o Sebrae trabalha: na orientação, no desestimulo para a abertura de negócios que não tem condições de prosperar. Trabalhamos na orientação de gestão, de perspectiva, orientando para os segmentos que tem mais condições de apresentar perspectivas de crescimento concretas.
GE - A maior parte dos novos negócios (51%) são comandados por jovens com menos de 34 anos. Esse é o público-alvo do Sebrae?
André - O que trabalhamos é perspectiva de negócio. A questão do jovem ser mais empreendedor é por uma questão de atitude. As pessoas estão entrando no mercado de trabalho e precisam viver, gerar renda. Acho que o empreendedorismo do jovem é mais evidente. Mas existem muitas pessoas de cabelos brancos, executivos de grandes empresas que se aposentam e passam a ser empresários ou por necessidade, porque perdem o emprego. O Sebrae, portanto, procura atender todos esses públicos, mostrando os caminhos dos negócios mais promissores. 
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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