Antes da revolução digital, em meados dos anos 1980, 'Tribos Urbanas' era o termo usado para designar associações de diferentes grupos de jovens com interesses em comum. Punks, Hippies, Rockers, Nerds: para ter identidade era imprescindível fazer parte de algum grupo. Hoje, as "tribos" estão de volta, mas não são mais apenas sinônimos de comportamento jovem e de moda. Uma era digital permitiu a criação de novos e modernos grupos unidos por uma mentalidade compartilhada, no lugar de uma categorização baseada em idade, sexo e localização geográfica. As 'Tribos Modernas' são virtuais, relacionam-se a partir das câmeras do Facebook, Twitter, Instagram e podem ser o que quiserem.

No que diz respeito ao marketing, essa é uma super informação. O fim da globalização deu origem a uma nova ordem social e também mudou a forma das empresas segmentarem sua base de clientes. Neste ano, a Geração Z, os nativos digitais, ultrapassará a Geração Y, também chamada geração do milênio, como a maior do mundo. Se as marcas desejarem alcançar essa geração de consumo, deverão obter insights mais profundos sobre as diferentes necessidades, aplicações e atitudes dos milhares de sub-parâmetros diferentes a que os jovens pertencem.

Parece confuso? Eu explico melhor. Os jovens de hoje são um grupo demográfico rico, variado e plural que utiliza as mesmas ferramentas digitais. Só a Geração do Milênio e a Geração Z são 64% de toda a população mundial. São 4,7 bilhões de pessoas! Seria até ridículo acharmos que todos pensam ou agem da mesma forma com tanta informação disponível, certo? Por isso mesmo não faz mais sentido tentar se comunicar para uma geração específica.

Não existe mais idade para gostar de algum produto ou conteúdo. Existe gosto. A expressão "tem gosto para tudo" nunca foi tão real. Enfim, é por isso que as marcas devem reposicionar a forma de se comunicarem em 2020.

Começar uma nova década entendendo esse novo comportamento também é uma ótima oportunidade para pensar em uma caixa. Quando o assunto é estratégia de segmentação de clientes, existe muito para inovar atualmente. Vivemos em um mundo pós-demográfico, onde os padrões de comportamento não podem mais ser previstos apenas pela idade.

Então, que tal separar-se dos segmentos tradicionais e apostar na diversidade? Uma "mentalidade compartilhada" parece ser um excelente ponto de partida para entender o mundo hoje. E, pensando assim, podemos chegar um pouquinho mais perto dessas "tribos de mercadorias modernas", conquistando de vez os corações desta moçada. Bora tentar? Que o novo ano seja de bons frutos!